O processo judicial entre a comediante Dani Calabresa e Marcius Melhem, ex-diretor humorístico da Globo, está longe de terminar. Nesta terça-feira (13), dois anos após denúncias de assédio sexual contra Melhem, a revista Veja publicou detalhes inéditos sobre o caso. Segundo a publicação, o humorista afirmou ser vítima e se defendeu por meio de áudios, fotos e conversas de WhatsApp.
As denúncias de assédio moral e sexual contra o humorista foram divulgadas em 2020. Segundo a acusação, Melhem forçava contato íntimo com as funcionárias. Além de Dani Calabresa, outras sete mulheres também o denunciaram. A investigação está ocorrendo na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), no Rio.
Detalhes inéditos das provas fornecidas por Marcius Melhem
Marcius Melhem entrou com uma ação cível, pedindo indenização por dano moral de Dani Calabresa. O humorista incluiu no processo troca de mensagens entre ele e Dani, com tom afetuoso e de cunho sexual, segundo a reportagem da Veja.
Entre as provas inéditas obtidas pela revista, está o depoimento de Maíra Perazzo, amiga de Dani Calabresa. Ela estava com a comediante em uma festa, onde teria acontecido o caso de assédio sexual, denunciado por Dani. Segundo Melhem, naquela festa, ele e Dani estavam em um canto distante, trocando beijos, quando a comediante teria puxado a amiga para formar um trio amoroso.
No processo, Maíra depôs a favor de Melhem. Ela também teria ficado com o ex-diretor depois da festa. Segundo a publicação, Dani teria feito comentários sobre a festa em um grupo de WhatsApp, mas não fez nenhuma menção ao assédio que teria acontecido. Ela até teria dito a Melhem que mandaria a amiga (Maíra) de presente para ele. Algum tempo depois, Maíra teria ficado com o humorista novamente.
Verônica Debom também denunciou o humorista, mas as provas reunidas no processo indicam que ela e Melhem trocavam mensagens com nudez e em tons picantes. A conversa mostra que o humorista queria terminar o relacionamento, e Verônica teria ficado ressentida. O processo também cita que a atriz afirmou, em uma conversa com Melhem, que ele seria inocente.
Bárbara Duvivier, outra denunciante de Melhem, é outra citada no processo. Ela e o humorista começaram um relacionamento, mesmo sendo casados. No entanto, no final de 2017, Bárbara engravidou. Os dois discutiram a possibilidade da criança pertencer ao ex-diretor, o que não foi confirmado. De acordo com a defesa do humorista, Bárbara o acusou de assédio para escapar do constrangimento de ter traído o cônjuge.
Melhem também forneceu provas contra Georgiana Goes, que o denunciou. A atriz afirmou que o ex-diretor tentou beijá-la em uma festa em 2014. Mesmo após o incidente, porém, a artista teria mantido uma amizade com o ex-patrão. Em uma mensagem, ela teria dito que sonhou com ele.
As provas reunidas por Melhem também citam a atriz Débora Lamm. Segundo a Veja, quando a juíza perguntou se ela havia sofrido assédio sexual, a atriz não soube responder. Além disso, ela teria dito que nunca foi abusada profissionalmente pelo humorista e depois disso até trabalhou com ele em uma peça.
Defesa de Melhem argumenta movimento de ‘vingança’
Os advogados de defesa de Melhem argumentaram que, além das denunciantes serem defendidas pela mesma advogada, Mayra Cotta, houve uma movimentação de retaliação contra ele e que todas as vítimas se conheciam antes das acusações. Segundo a defesa das denunciantes, elas não faziam parte de um círculo íntimo de amigos e não sabiam quem eram as outras vítimas do suposto assédio até agosto de 2021.