John Wick 3: Parabellum consolida a série como a melhor franquia de ação

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John Wick, personagem interpretado por Keanu Reeves, é um assassino profissional que tenta se desvencilhar do mundo dos assassinatos e acaba sendo trazido de volta, até que nesse terceiro ato ele passa a ser caça, ao contrário do caçador de sempre. Mas o mais interessante de John Wick é como ele acabou virando um fenômeno pop, e significou a volta de Keanu ao topo passada a trilogia Matrix, sendo que virou até objeto de memes, visto que a volta dele ao mundo do crime é o assassinato do seu cachorro. 

Em Parabellum, toda a guilda de assassinos está caçando John, relegado ao status de ex-comunicado, ou simplesmente expulso da ordem dos assassinos por ter quebrado as regras do clube. E isso coloca John em uma situação inédita, tendo que recorrer à antigas promessas e velhos aliados. Geralmente, um terceiro filme foca na conclusão do arco narrativo, primeiro ponto no qual Parabellum se supera: o terceiro ato toca mais o passado de Johnattan do que seu futuro, e explica finalmente um pouco da origem do Bicho-papão, um de seus muitos apelidos carinhosos. 

Aliás, Parabellum vem de uma frase latina: “Se vis pacem, parabelum”: se deseja a paz, prepara-te para a guerra. Nenhum título seria mais apropriado, pois o que John enfrenta é a guerra com todas suas nuances, inclusive a falta de lealdade, e como em qualquer confrontos desse tipo, se vale do que tem à mão para conduzir sua sangrenta conclusão: armas, livros e até animais variados. Impossível negar: John Wick se tornou o Chuck Norris moderno, especialmente em face da estética noir moderna que dá a aura dos filmes, muito bem coreografados em movimentos absolutamente violentos e esteticamente objetivos, uma das marcas registradas da franquia, ainda que nesse terceiro ato esse balé sangrento tenha ficado menos evidente do que nos filmes que o antecederam. 

Outro fato interessante é um núcleo de excelentes atores novos e antigos que foram sendo incorporados à sequencia de filmes, em especial Ian McShane, com a reedição da parceria vista em Matrix entre Keanu e Laurence Fishburne, presente nos últimos dois filmes, o que pode ser considerando uma homenagem ao longa revolucionário, além das coreografias de lutas, obviamente, e a repetição de uma fala que ficou clássica no clássico de sci-fi: “Preciso de armas. Muitas armas”. Até a entonação é igual. E homenagens não faltam: a história dos assassinos remete à uma tribo do deserto do oriente médio, e essa origem é honrada, lembrando muito aos aficionados pelo game Assassin´s Creed a trajetória da ordem, inclusive com a decepação voluntária de um dedo como forma de lealdade. E há quem veja a peregrinação no deserto como um resgate do primeiro grande sucesso de Keanu: O Pequeno Buda. Fato é que para os fãs do ator, é um prato de mãos cheias que consagra sua carreira, arriscando ser sua obra maior até o momento, em um universo de muitos papéis marcantes.  

John Wick se consolida nesse terceiro ato como a mais intimista e intensa franquia de ação atual do cinema fora dos quadrinhos, sem necessitar do excesso de pirotecnias de Velozes e Furiosos, se tornando aquele filme de ação que ninguém esperava mas que roubou a cena e se tornou cult e um clássico imediato em suas passagens marcantes, seja por conta dos assassinatos originais ou por toda a produção que o cerca, não importa.  John Wick é aquele filme que todos devem ver.