A Grande Muralha é um filme ‘Sessão da Tarde’, mas com seus valores: uma linda fotografia, um figurino belíssimo e entretenimento garantido. Não tem como não se apaixonar pelas lindas armaduras, e suntuosas roupas dos lutadores e da realeza. E para quem não liga para figurinos, não tem como não admirar as lindas tomadas aéreas sobre um local geralmente ausente dos filmes hollywoodianos.
O filme repercutiu mais como piada do que por seus méritos – inclusive durante a entrega do Oscar 2017, mas em uma entrevista muito interessante, Matt Damon destaca, em outras palavras, que o filme é uma grande aventura fora das telas: ser uma co-produção em escala industrial de dois países que dividem mais diferenças que semelhanças, e que como tal, ele é um pioneiro.
Claramente ele soube extrair o lado mais positivo disso tudo, sendo que não é um total absurdo acreditar que se trata da primeira de muitas produções assim, em vista da ocidentalização, ao menos do ponto de vista comercial, da China.
Damon e Pedro Páscal fazem uma dupla interessante, em história remotamente inspirada em Marco Polo e suas viagens, e viaja por uma fantasia divertida na qual a grande muralha separaria a humanidade de monstros – quase um Game of Thrones, e curiosamente com um final melhor amarrado e que irritou menos pessoas.
Não é um grande filme, mas como primeira grande co-produção Estados Unidos e China funciona muito bem. Especialmente em um domingão à tarde, despretensiosamente e com um balde de pipoca no colo.