A Netflix animou os fãs de anime quando anunciou que faria um remake dos Cavaleiros do Zodíaco, retomando a estória de Seya e seus companheiros, desde o início do treinamento até a saga das doze casas, em um novo formato e com melhorias gráficas, mas bastou o lançamento para a empolgação cair por terra.
Os novos Cavaleiros do Zodíaco estão razoavelmente fiéis ao material original, e com o gráfico bem melhor, o que conferiu um ar de gravidade aos idolatrados cavaleiros de ouro e deixou os golpes menos caricatos, na medida do possível, mas ao fazer dublagens em diversos idiomas e priorizar o inglês, talvez para atingir o público americano, a Netflix começou a perder a alma, especialmente por esquecer de gravar justamente em japonês, que é o original. A graça de ouvir os golpes e as longas, desnecessárias e divertidas discussões antes e durante a luta ficaram para trás. Agora os cavaleiros só lutam, com breves e objetivos comentários.
Não bastou esquecer o japonês, os personagens tinham que ser renomeados para parecerem menos nipônicos: Saori vira Sirena, Ikki vira Nero. Só Seya ainda é Seya – estranho que não virou Sean. Aliás, Shun virou mulher. O personagem caracterizado como um homem afeminado, como tantos outros na cultura japonesa, foi transformado em mulher em um movimento totalmente desnecessário.
Em 6 episódios, parece que a Netflix conseguiu esvaziar tudo que deixava os cavaleiros interessantes aos ocidentais que os amam, e perderam justamente o que não podiam perder: o cosmo.