No dia em que a morte do ator Paulo Gustavo completou um mês, o nome do humorista virou polêmica na esfera política do país. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) teceu críticas ao Projeto de Lei Complementar n.º 73/2021 que leva o nome do artista em forma de homenagem.
De acordo com a justificativa do parlamentar, o projeto de lei em questão “nada mais é do que repasse obrigatório do governo federal para os estados”, razão pela qual não haveria justificativa para que fosse batizado com o nome de Paulo Gustavo. Na sequência, insinuou que os defensores do texto, apresentado por senadores ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), são “viúvas da Lei Rouanet”, em alusão ao documento criado em 1991 com vistas a incentivar a cultura do país.
Ainda em seu discurso de crítica ao Projeto de Lei Paulo Gustavo, sustentou que poderia ser utilizada como instrumento para desvio de dinheiro público, referindo-se, novamente, à Lei Rouanet, em que as verbas públicas são destinadas a incentivos para empresas que patrocinam eventos culturais.
“Se aprovado este projeto de lei Paulo Gustavo o Congresso estará dando um passa moleque no TCU e homenageando a sacanagem com dinheiro público. A ojeriza dos tempos de CPI da Lei Rouanet irá retornar. É simplesmente isso”, emendou o filho do presidente da República em suas críticas.
Sem razão a esquerda e viúvas da lei Roanet apelam para a emoção e fazem, na maior cara de pau, política em cima do corpo do artista – que Deus o tenha.
É abjeto, nojento, repugnante e o resultado todos já sabemos qual será.
— Eduardo Bolsonaro 22.22🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 4, 2021
Após a publicação de Eduardo Bolsonaro, as opiniões se dividiram entre os internautas do Twitter. Uma parcela apresentou concordância com as críticas do parlamentar, enquanto outros repudiaram a forma hostil como se referiu ao humorista, considerando uma falta de respeito diante de sua memória.
Em linhas gerais, o Projeto de Lei Paulo Gustavo não tem relação com a Lei Rouanet, mas com um projeto de incentivo à cultura anterior, criado em 1986. Trata-se do FNC (Fundo Nacional de Cultura), que ganharia mais corpo para auxiliar a classe artística em decorrência dos duros impactos provenientes da pandemia de Covid-19.