Os Irregulares de Baker Street oferece visão única de Sherlock

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Sir Arthur Conand Doyle ao criar seu célebre personagem foi muito feliz também ao criar um universo que vai além dele. Afinal, de nada bastaria existir um Sherlock Holmes se não existisse um nêmeses como o Professor Moriarty, e um apoio como o Doutor Watson, estabelecendo uma fórmula que se vê replicada no universo Marvel e DC, para se ficar em um exemplo simples. E a universalidade de sua história propiciou diversas adaptações e releituras, das quais nenhuma supera a da BBC de Londres e o Sherlock de Benedict Cumberbatch.

Mas a Netflix resolveu seguir por outro caminho e abordar o universo que corria ao largo da Baker Street, mais claramente nas sarjetas, se valendo de personagens incidentais como foco da narrativa, para abordar casos sobre o oculto, misticismo o sobrenatural. Assim, Os Irregulares de Baker Street são uma clara mistura de Stranger Things com Sherlock Holmes, talvez com uma pitada de Aventureiros do Bairro Proibido.

Como seriado, Irregulares não teria grande apelo se não fosse pela famosa dupla de detetives, contudo é razoavelmente bem amarrada em termos de enredo e consegue divertir com uma produção muito competente e que lança mão de um bom elenco, mais conhecido fora do que dentro do Brasil e que deve ser visto em outras produções em breve.

A parte ruim fica por conta exatamente do que deveria ser o ponto forte da empreitada, qual seja o misticismo, mas a abordagem meio rasa e de certa forma conveniente demais deixa a desejar se considerado um público que passou os últimos anos acostumado com obras muito mais intrigantes e profundas, como o citado Stranger Things e até mesmo Supernatural, Lucifer, Legends of Tomorrow e por ai vai.

O que mais vale a pena é ter a oportunidade de ver a dupla de detetives sob uma nova ótica, totalmente diferente de todas as abordagens até então realizadas, que de certa forma humanizam e lastreiam Sherlock e Watson em uma mundo de novos desafios, ainda que se passe na época vitoriana. Vale ver despretensiosamente.