Falcão e Soldado Invernal mostram como a Marvel pretende explorar seus personagens

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Muito aconteceu ao final de Ultimato e várias perguntas ficaram sem respostas. Não foi por acaso. A Marvel, ainda mais sob a batuta da Disney, não dá ponto sem nó e o anúncio de diversas mini-séries, programas uma para começar ao final da outra, deixa isso cristalino. Wandavision começou e acabou (aparentemente sem ter perspectiva de continuação) e agora é a vez de Falcão e Soldado Invernal, que se passa 6 meses após Wanda, ou seja, 9 meses após Ultimato.

Em Falcão, a primeira coisa que chama a atenção é a linda fotografia, especialmente feita por meio de drones, explorando paisagens de todo o tipo. Nenhum cenário melhor para ver Sam, no seu elemento, caçando terroristas, quando é apresentado o primeiro retorno: Bartroc, que havia feito uma breve, mas marcante aparição em Capitão América 2.

Esse fato é importante pois traz uma declaração junto: o universo do Capitão é rico em personagens interessantes e a série vai focar em explorar eles, então o público pode aguardar outros retornos, como o já anunciado Barão Zemo, provavelmente resquícios da Shield e da Hydra, e outras surpresas, como a que fecha o primeiro episódio e fica claro para os fãs dos quadrinhos.

Ainda que o episódio comece com ação vertiginosa, o foco está nos personagens por trás da ação. Nas vidas que acontecem quando as máscaras estão guardadas. Nas famílias e na ausência delas, e isso acaba extremamente interessante. Se para um, pesa a sombra e o passado de glória do Capitão, com um escudo que pesa um século, para outro é seu próprio século que pesa, um veterano não apenas de guerras, mas de coisas muito piores. E ambos tentando achar seu lugar em um mundo que ficou muito mais confuso, anárquico e sem sentido, desde a queda da Shield. Um mundo em que a arte imita a vida.

Assim, a jornada de Sam e Bucky, após lutar contra o universo, será muito mais íntima e vai colocar em cheque as escolhas feitas e levar os personagens a enfrentar seus maiores medos em um mundo totalmente indecifrável, onde o inimigo não é óbvio e as alianças são volúveis. Claramente tem tudo para ser mais uma aposta acertada da Marvel para explorar seus ricos personagens marginais e enriquecer ainda mais seu universo compartilhado.