Original da década de 70, Shaft, baseado em um livro, era um anti-heroi negro, em uma época pós verão do amor, quando Hollywood estava descobrindo o grau de atratividade de figuras até então marginalizadas, como negros, latinos e asiáticos; começando a dar para eles espaço na TV.
Após 30 anos foi a vez de Samuel L. Jackson viver o mesmo personagem, em uma continuidade da linha temporal, sendo filho do herói original (até então se acreditava sobrinho), presente no longa, que chegou a viver uma trilogia. Agora chegou a vez de uma nova geração, vivida por Jessie Usher, filho de Samuel Jackson no enredo.
Netflix faz bom investimento
A intenção da Netflix foi boa. Resgatar um ícone negro e dar uma nova roupagem. O novo Shaft luta capoeira, trabalha de analista de dados, é sensível e tímido. E isso faz do filme tão legal, o contraste com o personagem durão de Jackson, que basicamente interpreta ele mesmo, como em todo filme. E o que rende a maior parte das boas risadas do filme. Curiosamente a maior parte da crítica caiu matando.
Shaft diverte em preconceitos
Fato é que o filme diverte, fazendo um paralelo com os vários perfis dos afro-americanos sem, contudo, estigmatiza-los. Não há um certo nem um errado, há um conflito de gerações, bem explorado, com direito à muitos tiros, explosões, xingamentos e risadas.
Criticado ou não, fato é que o novo Shaft, que homenageia seus predecessores, inclusive com atores originais de cada filme, é divertido e envolvente e vale o tempo investido, mostrado Jessie Usher como um bom ator a ser acompanhado de perto.