Homem-aranha De Volta para Casa mostra que a Marvel sabe o que fazer com seus personagens

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Superada a expectativa de como seria um homem-aranha adolescente em Guerra Civil, restava a dúvida de como a Marvel trataria o personagem em seu filme solo após o acordo com a Sony, que rendeu o sugestivo título de volta pra casa. 

Não à toa esse é considerado um filme feito para agradar aos fãs. Peter Parker está no colégio, vivendo os dramas adolescentes típicos e combatendo os vilões do dia a dia.

Isso remete aos primeiros dias de uniforme dos quadrinhos de 1963, o que rendeu o apelido de amigão da vizinhança, com o humor que lhe era peculiar. 

Respeitada a origem, temos um constante diálogo com as revistas, desde ao uniforme aranha de ferro da guerra civil às paixões colegiais, até mesmo ao melhor amigo estilo universo ultimate. Tudo isso adaptado ao já consolidado universo cinematográfico da marvel, tendo como padrinho ninguém mais ninguém menos que o homem de ferro. 

Como vilão, o premiado ator Michael Keaton faz um abutre sólido e com motivações consistentes, sem aquela impressão de sou mau por ser mau. Curiosamente, ele parece confortável na pele do abutre, talvez por já ter praticado em Homem-Pássaro e, por que não, no Batman. Assim, temos uma bela luta Batman x Homem-Aranha.  

Personagens bem encaixados, integração com outros fatos e atos consolidados, boas homenagens aos quadrinhos e até trilha dos Ramones. Lembrando a eterna música da década de 70 do spider-man.

Mas nem tudo são flores. Infelizmente os acontecimentos em torno da luta principal ficam à cargo de uma parte rasa do enredo, sem muito pé nem cabeça, que exigem uma grande dose de boa vontade da platéia, assim como a ausência de menção ao tio Ben causa certa estranheza. Tudo bem, não se trata de um filme de origem, desnecessário à essa altura, mas o silêncio foi incômodo. 

De toda forma, a pergunta é: como você imagina o homem aranha aos 15 anos? E o filme traz uma resposta sensata e fiel ao personagem, bem encaixado no grande cânone dos cinemas, mostrando claramente que a Marvel sabe, sim, o que fazer com seus personagens, deixando claro para Sony e Fox que talvez seja melhor devolver e integrar as propriedades negociadas e ficar com um percentual ao invés de cometer atrocidades como o último quarteto fantástico.

Enfim, Tom Holland entrega um adolescente heróico consistente, talvez o primeiro da marvel, mas ainda tem muita teia para lançar para empolgar como o Tobey Maguire, anda que já tenha batido Andrew Garfield só pela atuação em Guerra Civil.