Gotham encerra sua quinta e última temporada de forma magistral e tributo à Nolan

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Quando anunciado, o seriado Gotham despertou suspeitas, pois não seria focado em Bruce Wayne ou no Batman, mas em toda a cidade que deu origem à uma ampla galeria de vilões e heróis, especialmente pela direção de Bruno Heller, que estava ocupado em finalizar seu Mentalist. E não é que a série cumpriu seu objetivo? 

Passados 5 anos, o seriado conseguiu mais do que apresentar os vilões, conseguiu construir cada personagem e o intricado relacionamento entre eles, o que responde à pergunta de qual a razão de todos não se matarem simplesmente? E mais, o universo fictício de Batman foi sendo construído de forma que a persona do Homem Morcego não apareça de uma hora para a outra, mas que vá se formando, aos poucos, dentro do jovem Bruce Wayne, que teve sua atuação melhorando a cada temporada. 

Não fossem os ótimos arcos narrativos, a série teve o mérito de revelar excelentes atores: Robin Lord Taylor como Penguim, Cory Michael Smith como Charada e David Mazouz como Bruce Wayne, além de ter sido o papel melhor desempenhado por Ben McKenzie em sua carreira. Entre altos e baixos da atuação, o saldo é muito positivo. 

E havia uma dúvida presente entre os fãs durante toda a jornada: dentre tantas adaptações ao longo dos 80 anos desde que Bob Kane criou o personagem, será que Gotham conversaria com alguma deles? E a quinta e última temporada trouxe a resposta: embora faça referência à diversas adaptações cinematográficas e à diversos momentos dos quadrinhos, inegavelmente Gotham presta homenagem ao Batman na visão plasmada por Chris Nolan em sua inesquecível trilogia, tanto que a construção da Torre Wayne, a viagem a Nanda Parbat, a liga das sombras com a dinastia Al Ghul e por fim, a homenagem definitiva: o episódio final da série se chama The Beggining, tal qual Batman Begin, o início da trilogia de Nolan.

Necessária a menção honrosa a um curinga que foram vários, mas que encontrou sua versão final no seriado naquela que foi a visão de Tim Burton, em 1988, com o protagonismo de Jack Nicholson, tanto que o personagem diz que pode ser chamado de Jack, sem anunciar seu Joker, bem como do mesmo diretor veio o visual final do Penguim e do Charada.

Foram homenageados todos os acertos necessários. Nada daquela pataquada de “Marta”, “Você sangra?” ou o vampiro que brilha. Houve até a referência ao Cavaleiro das Trevas com o líder dos mutantes. Espetacular. 

E ao final, o espectador é presenteado com um Bem McKenzie ostentando o famoso bigodinho de Jim Gordon, 10 anos depois dos episódios retratados durante o seriado, com a apresentação do que os fãs viriam a conhecer como o Batman – Ano 01. Verdadeira e merecida homenagem ao Homem Morcego, em um belíssimo trabalho de Bruno Heller.