As comédias românticas estão com tudo. O vigor com que a Netflix está investindo no gênero é algo impressionante, e conseguindo ainda por cima trabalhar temas inclusivos. Cada filme tem seu perfil, e dificilmente dois ou mais filmes dessa leva romântica repetem seu enredo ou seu arco narrativo, diferentemente do que é normal para o gênero, e isso tem ajudado muito para o gênero voltar a ter destaque. Dessa vez, em Meu Eterno Talvez, o enredo gira em torno de dois orientais de países de origem diferente que são aquela história que todos já viram, o casal que vai acabar junto. E a vida acontece, e as coisas se desencaixam, e esse descasamento justifica o título, tanto no original quanto em Português.
Netflix repete chave do sucesso
Como não poderia deixar de ser, muitos anos depois acontece o reencontro acidental na bela cidade de São Francisco, opondo o antigo casal em uma situação de extremo sucesso dela e uma vida estagnada dele. Um ponto interessante é que todo o desenvolvimento humano é feito de forma menos ideal e mais real, com pessoas com problemas reais e situações mais disfuncionais do que bonitinhas, diferenciando o longa do gênero em geral. Esse aspecto deixa o filme muito mais relacionável: a vida não tinha virado conto de fadas para nenhum dos protagonistas, independente do lado positivo de suas situações. Não é mais uma comédia adolescente.
Ainda que carregue uma dose de vida real e maturidade, o diretor triunfou ao conseguir temperar com doses de bom humor esse relacionamento mais plausível: trazendo elementos totalmente imprevisíveis, aqueles que fazem o espectador desacreditar do azar de um dos protagonistas. Rostos mais conhecidos fora do casal principal, o elenco de apoio traz uma deliciosa e divertida de Keanu Reaves sendo…..Keanu Reaves, bem estereotipado como estrela de hollywood. Nada mais justo de acontecer na California.
Meu eterno Talvez é uma obra divertida
Divertido sem ser superficial, Meu Eterno Talvez se desprende da maioria dos clichês românticos para entregar algo mais maduro e mais fácil de aceitar, com uma conclusão que conversa diretamente com temas extremamente atuais como representatividade e igualdade de gênero, agradando assim tanto o público mais conservador como o mais politizado.