Neguinho da Beija-Flor vai ‘meter o pé’ do Brasil após morte do neto: ‘Basta nascer pobre para ser suspeito’

PUBLICIDADE

Neguinho da Beija-Flor está inconsolável com a tragédia ocorrida em sua família. O jovem Gabriel Ribeiro Marcondes, de 20 anos, foi um dos quatro homens baleados em uma ação da polícia na noite do último domingo, dia 18 de outubro, em um baile funk no Morro da Bacia, no Ambaí, em Miguel Couto, no município de Nova Iguaçu (Rio de Janeiro).

O sambista, um dos principais ícones do carnaval brasileiro, afirma que as operações policiais em comunidades, sobretudo no Rio de Janeiro, costumam ser desastrosas. Além disso, tocou o dedo na ferida do preconceito contra as populações mais carentes, que tendem a ser tachadas de criminosas de maneira indevida.

No Brasil, basta nascer pobre para ser suspeito. Por isso, estou metendo o pé do país“, declarou o carnavalesco. Gabriel, segundo a família, trabalhava na armação das tendas que seriam utilizadas para o baile funk quando foi atingido por disparos. Na versão da polícia, os agentes foram alvejados ao chegarem até a ocorrência, a pedido de moradores, pois a festa irregular estava bloqueando a passagem da rua.

Neguinho da Beija-Flor discursa em velório de Gabriel

O sepultamento do rapaz se deu nesta segunda-feira, dia 19 de outubro. Marcado por forte comoção, Neguinho da Beija-Flor precisou ser amparado por amigos e familiares em alguns momentos, diante do choque psicológico enfrentado.

“Ele (Gabriel) era um menino bom. Estava armando a tenda, e segundo informações que tive, era um lugar perigoso. Estava lá armando a tenda e isso aconteceu”, lamentou o carnavalesco.