A Record acabou recebendo uma punição da justiça eleitoral, após exibir em sua programação no Rio de Janeiro uma atestada propaganda subliminar. O canal, curiosamente, decidiu mudar repentinamente o seu número de WhatsApp na cidade maravilhosa. Até aí, não havia nada demais, não fosse o fato que o final do número escolhido era o mesmo da legenda de Marcelo Crivella, candidato à reeleição na capital carioca.
Além de ser candidato na capital, Marcelo Crivella é sobrinho de Edir Macedo, dono da emissora. Ambos também pertencem à Igreja Universal do Reino de Deus. Na campanha exibida nos intervalos da emissora, o número 1010 ganhava destaque. O apresentador Wagner Montes Filho, por exemplo, é uma das celebridades que aparecia na telinha juntando as mãos e somando os 10 dedos.
“Não se esqueça, é 10.. 10”, dizia a chamada que acabou sendo vetada pela Justiça. A juíza do caso, inclusive, diz que não há qualquer dúvida de que a emissora tenha tentado passar uma propaganda subliminar ao telespectador.
“Não restam dúvidas que a documentação acostada pelo Ministério Público comprova fato grave que merece imediata reprimenda estatal. A atitude da emissora Record e de seus funcionários com mensagens de exposição do número de campanha já utilizado pelo prefeito Marcelo Crivella”, lembrou a magistrada.
Há quatro anos, quando o sobrinho do bispo Edir Macedo utilizava o número 22 como sua legenda, a Record foi proibida de passar uma propaganda com o salmo 22, que nas chamadas insistia em aparecer na programação do canal.