Ir à lua sempre foi uma tarefa que inspirava poetas e cantores, e somente foi se tornar um objetivo real com a chamada “Corrida ao Espaço”, protagonizada pelos Americanos e Soviéticos durante a guerra fria.
E é sobre essa corrida, com foco maior no trajeto do que na conquista da lua, que fala o filme Primeiro Homem, protagonizado por Ryan Gosling no papel de Neil Armstrong, sendo contada boa parte da história do lado americano, e que teve algumas indicações para o Oscar 2019.
Parece que o bom do filme acaba justamente em sua sinopse, ou melhor, em sua ideia. Contar uma história que interessa ao mundo parece um bom começo, e certamente levou muitos expectadores a perder seu tempo com esse longa. Longa na expressão mais correta da palavra, pois tem quase duas horas e meia de muitos silêncios, cenas desnecessárias e acaba de forma abrupta com a chegada na lua, e poucos desenvolvimentos posteriores, como a volta, deixando impressão daquele filme que acaba sem motivo, não se projetando no tempo nem contudo finalizando a contento qualquer arco.
Como time de atores principais, Ryan Gosling parece desconfortável no papel, o que poderia ser jogado em suas constas não fosse o belo trabalho no injustiçado La La Land, onde consegue dar profundidade e a dose certa de drama a um papel romântico. E contracena com a bela e versátil Claire Foy, que no papel de esposa parece um peso para todos: para Gosling, para o público e para o filme em sí de tão chata e monótona que está. Quando dois atores desse calibre se mostram tão sem vida, a culpa cai claramente na direção de Damien Chazelle, que errou forte, errou feio, errou rude dessa vez, apesar dos acertos de Whiplash e do próprio La La Land. Não se pode acertar todas.
Ainda que tenha valor pela fidelidade aos fatos e pela história contada, que depois de alguns (litros) de café se mostra importante, o filme dificilmente consegue superar a pecha de um documentário piorado, com atuações sofríveis e um ritmo mais monótono que o ciclo orbital lunar.