Suspeito de desvios de dinheiro em doações feitas por fiéis à Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno), o padre Robson tem sido alvo de diversas polêmicas nas últimas semanas. De acordo com a revista Época, a entidade que o religioso fundou e era reitor até comunicar o seu afastamento, comprou ao menos 106 propriedades rurais na última década.
O portal destaca que a Afipe gastou cerca de R$ 367,6 milhões entre os anos de 2010 e 2019, comprando fazendas, sítios e chácaras. A maior parte das terras adquiridas são em solo goiano, mas também há registro de compras nos estados de Mato Grosso e São Paulo.
As cifras investidas nestas propriedades são oriundas de doações de fiéis feitas à Afipe. Diante da eclosão das investigações na Operação Vendilhões promovida pelo Ministério Público de Goiás, Robson que é suspeito de utilizar os donativos para fins pessoais se afastou de suas atividades. Nesta semana, a arquidiocese de Goiânia, comunicou que o pároco ficará afastado de seu trabalho na TV até o início do próximo ano.
Segundo a revista Época, os negócios foram fechados, em sua maioria, com pagamento à vista. Das 106 propriedades compradas pela Afipe, apenas sete delas foram pagas de forma parcelada. A primeira aquisição de terra da entidade foi realizada em 23 de setembro de 2010, mesmo ano em que o religioso divulgou o projeto para construção da nova basílica em Trindade. Naquela ocasião, a Associação Filhos do Pai Eterno desembolsou R$ 400 mil na aquisição do terreno, situado em Guapó, município que fica a 36 km de Goiânia.
Extorsão
A Operação Vendilhões acabou sendo deflagrada após o Ministério Público investigar extorsões que o padre Robson vinha sofrendo desde 2017. O religioso teve computador e celular hackeados, e chegou a desembolsar R$ 2,9 milhões para que “para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que levassem a prejudicar sua imagem”.
Depois da condenação da quadrilha, o pároco passou a ser alvo das investigações pelo uso indevido de doações dos fiéis. O religioso é suspeito de ter cometido crimes de apropriação indébita, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.