Suspeito de desviar milhões de reais da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) para outros fins, o padre Robson admitiu em depoimento ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) que efetuou repasses aos hackers que o chantagearam. O pagamento de mais de R$ 2,9 milhões foram realizados para evitar que viesse a público os supostos casos amorosos do religioso. A polícia não monitorou o caso, e o sacerdote fez isso por conta própria.
A defesa do religioso afirma que “reforça que todo o conteúdo das mensagens é falso, o que comprova que ele foi vítima de criminosos de altíssima periculosidade“. A exemplo do que disse o religioso em vídeo publicado em entrevista ao Fantástico, a defesa afirma que ele não tem e nunca teve nenhum patrimônio.
Foi justamente por este caso de investigação da extorsão em que o religioso foi vítima, que acabou sendo deflagrada a Operação Vendilhões, que apura o desvio de R$ 120 milhões doados por fiéis para a Afipe, entidade fundada pelo padre Robson. O religioso atualmente trabalhava como reitor, até pedir o seu afastamento na última semana.
Casos
Segundo a Justiça, um dos hackers era caso amoroso do padre. Do quantitativo repassado aos criminosos, ao menos R$ 550 mil não teve anuência a polícia. No depoimento, o sacerdote alegou ter sido ameaçado de exposição como um “promotor de adultério” e se defendeu.
“Se eu agi mal em alguma coisa, eu agi de boa-fé colocando as coisas na tentativa de se resolver”, disse o religioso em um dos trechos divulgados do depoimento.
Após o padre Robson pedir o seu afastamento, a Arquidiocese de Goiânia o afastou provisoriamente de todas as celebrações e funções religiosas. De acordo com investigações do MP-GO, ele é suspeito de ter desviado R$ 2 bilhões em 10 anos.