Lucifer se eleva do inferno em sua quarta temporada

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Toda vez que um seriado passa por uma mudança de casa (ou nesse caso de emissora), os fãs se perguntam como será a vida no novo ambiente. No caso de Lucifer, cancelada pela Warner e assumida pela Netflix, excelente é a resposta.

A série vinha se arrastando na Warner, e toda vez que algum desenvolvimento era dado a algum personagem, outros sofriam e perdiam sua relevância. O estrago foi tamanho que demorou quase o dobro do tempo para se resgatar a série com um novo enredo, que ao mesmo tempo preservasse a história desenvolvida e desse um novo ar ao show. Qual foi a solução? Resgatar o espírito da primeira temporada.

Chloe sabe de Lucifer e não tinha como o seriado voltar atrás, então o sentimento de ambos a esse fato foi desenvolvido da maneira menos óbvia possível. E o que é menos óbvio do que fingir indiferença ao descobrir que seu parceiro é, literalmente, o Diabo? Nada.

Tanto melhor foi desenvolver uma temporada sem vilões óbvios e com novas presenças celestiais. Isso libertou a série para resgatar o importante time de protagonistas que estavam negligenciados. Assim, foi dado um tratamento igual à queridinha Maze, ao sempre chato Dan, à admirável Linda e ao equivocado Amenidiel, além da CSI favorita da atualidade, Ms. Lopez.

Liberados os 10 episódios em uma única tacada, foi possível se jogar de cabeça no universo criado por Neil Gailman, onde o certo e o errado e o bom e o mau são questões de perspectivas, e porque não dizer, de propaganda repetida durante um longo tempo até que se tornasse verdade. E nenhum episódio decepcionou.

Melhor temporada de longe, comparada somente à primeira, trabalhada sem vilão principal, além é claro, dos próprios conceitos de bom e mau, presentes na obra original. Lúcifer, como série e como personagem principal, parecem finalmente estar atingindo todo seu potencial, diabolicamente delicioso. E que venha uma quinta temporada.