Angelines Fernández deu vida à Bruxa do 71 no célebre seriado Chaves, que vai ao ar no SBT há mais de 30 anos e que é sucesso no mundo todo há mais de quatro décadas. Antes de botar medo nas crianças de algumas gerações, a atriz teve outra reputação na década de 40.
Durante sua juventude, a atriz que se consagrou na televisão, cinema e teatro, lutava conta a ditadura militar que estava imposta na Espanha, o seu país de nascimento. Ela era reconhecida por seus opositores como uma “antifa”.
Esse termo voltou recentemente depois dos inúmeros protestos depois da morte de George Floyd, o homem negro que foi assassinado por um policial branco nos Estados Unidos. Esse termo pode remeter ao antifascismo sendo empregado ainda para denominar indivíduos ou grupos. Eles fazem enfrentamento a um sistema de ideias ou até a governos que não seguem os preceitos da democracia.
Até o momento, o que se tem conhecimento sobre o passado antifascista da atriz foi revelado por Paloma Fernández, sua única filha. Isso veio à tona depois de uma série de entrevistas concedidas.
Quando ainda era uma adolescente, Angelines Fernández era aliada de revolucionários republicanos durante a Guerra Civil da Espanha, sequencialmente aos Maquis, que era uma guerrilha antifascista que foi empregada para combater a Ditadura Franquista que durou dos anos de 1939 até 1975.
“Quando atuava na guerrilha espanhola, minha mãe era classificada como antifranquista, então ela precisou deixar a terra natal, considerando que sua vida ficaria cada vez mais difícil”, disse a filha da “Bruxa do 71” durante uma entrevista concedida.
No Brasil, a atriz é tida como um ícone feminista. Quem explicou isso foi Karina Gallon, criadora dos produtos com o lema “Lute como uma garota”. A militante diz que sua personagem representava uma mulher solteira, mal-amada e chata, imagem essa personificada e criticada na sociedade patriarcal que resume assim as mulheres que lutam por seus direitos.