‘Estômago embrulhado’: Ludmilla contesta declaração e coloca o SBT em maus lençóis

Cantora rebate apresentador do SBT após fala no Primeiro Impacto e afirma que justiça reconhece ato, mas houve manobra jurídica.

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A cantora Ludmilla manifestou-se publicamente nesta sexta-feira (19) para contestar as afirmações feitas pelo apresentador Marcão do Povo durante a exibição do programa “Primeiro Impacto”, do SBT.

O comunicador declarou ao vivo que teria sido inocentado pela Justiça no processo referente à acusação de injúria racial movida pela artista. Em resposta, a intérprete utilizou suas redes sociais para refutar a versão apresentada pelo jornalista e expressar seu descontentamento com a postura da emissora de televisão, classificando a situação como uma falta de transparência com o público e reiterando que a narrativa exposta não reflete a totalidade dos fatos jurídicos.

Durante o pronunciamento, a artista enfatizou que a fala exibida na televisão não condiz com a realidade dos trâmites legais. Segundo ela, não houve uma absolvição plena baseada na inexistência do fato, mas sim estratégias jurídicas que alteraram o desfecho criminal. Ludmilla declarou: “Ele não foi inocentado, gente. O que ele fez, na verdade, foi uma manobra para se livrar das consequências”. A cantora também descreveu o impacto emocional negativo ao assistir ao comunicado do apresentador, afirmando: “É com estômago embrulhado que recebo esse vídeo e essa decisão”. Ela ressaltou que, apesar da ausência de condenação criminal vigente, o ato discriminatório foi identificado no processo.

Pedido à emissora e impunidade

Além de rebater diretamente o jornalista, Ludmilla direcionou críticas à gestão do canal por permitir tal manifestação em rede nacional. Em suas palavras, “O SBT, que é uma emissora histórica, que sempre respeitou a pluralidade do Brasil, precisa saber que mantém na casa um apresentador condenado por racismo“. A artista lamentou a sensação de impunidade gerada pelo desfecho atual da ação penal, pontuando que “A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu contra mim, mas ele não vai pagar nada por isso”. Para a cantora, a maneira como o tema foi abordado no ar contribui para a desinformação sobre a gravidade do episódio e minimiza as consequências de atos discriminatórios.

O embate judicial teve origem em janeiro de 2017, quando Marcão do Povo, à época na Record, referiu-se a Ludmilla com o termo “pobre macaca” durante uma transmissão ao vivo. O episódio resultou na demissão do comunicador da antiga casa e sua posterior contratação pelo SBT.

Embora tenha sofrido condenações em instâncias inferiores, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a sentença criminal no final de 2024. A Corte fundamentou a decisão no entendimento de que a análise anterior havia se baseado em um vídeo editado, o que teria comprometido a avaliação completa do contexto da fala proferida pelo apresentador na ocasião.

Continuidade da disputa judicial

Apesar da decisão favorável ao jornalista na esfera criminal devido à anulação, o processo continua tramitando na esfera cível, onde a defesa da cantora pleiteia indenização por danos morais.

O Ministério Público e os advogados de Ludmilla já apresentaram recursos contra a absolvição penal. A artista reafirmou sua intenção de persistir nos tribunais para buscar reparação. “Vou tentar recorrer em alguma coisa na Justiça“, afirmou ela, reforçando seu compromisso com a causa ao concluir: “Eu jamais desistirei dessa luta“. A disputa jurídica permanece ativa enquanto as partes aguardam os próximos desdobramentos legais e as análises dos recursos interpostos.