As empresas vinculadas ao cantor Zezé Di Camargo foram beneficiadas com isenções fiscais que totalizam R$ 2,47 milhões, concedidas por meio da prorrogação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). De acordo com dados divulgados pela Receita Federal em relatório de acompanhamento, o montante refere-se ao período compreendido entre abril de 2024 e março de 2025.
O levantamento aponta que duas pessoas jurídicas ligadas ao artista, a Classical Holding Intermediação de Negócios Ltda e a MAC Produções Ltda, deixaram de recolher, respectivamente, R$ 1,9 milhão e R$ 571,4 mil em tributos federais durante a vigência do benefício. O Perse foi instituído inicialmente durante a gestão de Jair Bolsonaro com o objetivo de auxiliar o setor de eventos.
Programa ativo
Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha tentado encerrar o programa via Medida Provisória em 2023 visando o equilíbrio fiscal, o Congresso Nacional articulou a renovação do benefício. Após negociações entre o governo Lula e parlamentares, ficou estabelecido que o programa continuaria ativo até que o teto de R$ 15 bilhões em renúncias fiscais fosse atingido.
Além das isenções tributárias federais, o cantor sertanejo registrou faturamento expressivo proveniente de outras fontes governamentais ao longo de 2025. Levantamentos baseados em documentos oficiais e registros de contratações indicam que Zezé Di Camargo recebeu quase R$ 20 milhões em verbas públicas.
Recurso público e atual polêmica
Este valor é derivado de contratos firmados com diversas prefeituras em diferentes regiões do Brasil para a realização de apresentações artísticas financiadas com recursos do erário. O cenário financeiro do artista coincide com um momento de tensão em suas relações com o SBT e o presidente Lula.
