A Justiça do Trabalho condenou a Rede Globo ao pagamento de uma indenização de R$ 220 mil por danos morais ao produtor Renato Moreira de Lima. O profissional, que integrou a equipe do programa Domingão do Faustão, alegou ter sido alvo de piadas e comentários depreciativos feitos ao vivo pelo apresentador.
A defesa do produtor afirmou que as exposições ocorreram de forma contínua em rede nacional sem qualquer tipo de autorização para o uso de sua imagem. Segundo os argumentos apresentados ao tribunal, o apresentador fazia insinuações sobre o porte físico, o comportamento e a vida pessoal do funcionário.
A emissora contestou as acusações afirmando que o produtor mantinha laços de amizade com Fausto Silva e frequentava a residência do comunicador. A Globo declarou ainda que o ex-colaborador nunca havia manifestado desconforto com o clima de descontração mantido durante as gravações da atração dominical.
Detalhes da condenação judicial
Além da indenização estipulada pelos danos morais, a sentença determinou que a empresa realize o pagamento de valores referentes a horas extras acumuladas. A decisão também contempla o acerto de outros direitos trabalhistas que não teriam sido devidamente cumpridos durante o período de contrato.
A emissora ainda possui o direito de recorrer da decisão proferida em primeira instância para tentar reverter ou reduzir o montante estabelecido. O advogado do produtor ressaltou que seu cliente foi exposto ao ridículo e sofreu tratamentos desrespeitosos perante o público brasileiro.

Histórico de processos similares
Este não é o primeiro caso em que ex-funcionários do programa acionam o Judiciário por situações ocorridas no palco da atração. Em 1995, o cinegrafista Ivalino Raimundo, conhecido como Gaúcho, obteve uma indenização após alegar exploração indevida de sua imagem e semblante.

Outro caso relevante envolveu o ex-diretor de palco Renato Cardoso, que processou a emissora citando interferências em sua vida matrimonial devido a comentários do apresentador. Embora a Justiça tenha negado o dano moral nesse episódio específico, a Globo foi condenada a pagar R$ 800 mil por questões contratuais diversas.
