A novela Três Graças, mesmo sob um esforço de produção para agilizar sua trama central, tem enfrentado problemas com contradições em seu desenvolvimento. A equipe dedicada à revisão de cenas e os cortes realizados para acelerar a história não têm sido suficientes para eliminar falhas evidentes no roteiro.
Recentemente, uma cena em que o personagem Bagdá (Xamã) volta a intimidar Raul (Paulo Mendes) causou estranheza. A hostilidade ocorreu apesar de Bagdá ter afirmado anteriormente que o rapaz estava livre na Chacrinha, demonstrando um lapso na continuidade. O episódio revela uma falta de cuidado na amarração lógica dos capítulos da produção.
Outra fragilidade notada envolve a personagem Joélly (Alana Cabral), filha de Gerluce. A adolescente, após comprar material escolar, o que representou um gasto alto para a mãe de baixa renda, segue sem estudar mesmo semanas depois. Além de não frequentar a escola, ela também negligencia o cuidado de sua avó doente.
Falhas em detalhes da ambientação
No núcleo cômico, a ambientação do porteiro Rivaldo (Augusto Madeira) e sua família tem sido questionada. Eles se comportam como proprietários do pátio do condomínio.
Tal atitude que não condiz com a realidade de prédios de classe média na Aclimação, região de São Paulo onde a cena é ambientada. A aparente indiferença dos demais moradores do condomínio também destoa do comportamento esperado em um local com essa característica social.
Mais agilidade na trama
A direção da novela, sob o comando de Luiz Henrique Rios, optou por enxugar a quantidade de capítulos, buscando conferir mais dinamismo à narrativa. O objetivo principal é acelerar o enredo do roubo da estátua das Três Graças.
Isso definirá a protagonista como uma ladra por um ideal. No entanto, a busca por um refinamento na história acaba esbarrando em cenas consideradas dispensáveis e em contradições claras.
