Nota emitida pelo Vaticano fez Gabriela Loran mudar postura: ‘sabia que ia incomodar’

Em entrevista ao Extra, a atriz de Três Graças desabafou sobre a sua redesignação sexual.

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A revelação de Viviane, em Três Graças, sobre ser uma mulher trans trouxe à tona debates sobre preconceito e respeito. Fora da ficção, Gabriela Loran, intérprete da personagem, também tem refletido publicamente sobre sua trajetória, destacando que transparência não significa abrir mão de limites pessoais.

Segundo a atriz, embora compartilhe parte de sua vivência para ajudar outras mulheres trans, isso não a obriga a responder a curiosidades invasivas. Em entrevista ao Extra, Gabriela Loran desabafou a respeito do assunto.

Atriz de Três Graças fala sobre sua redesignação sexual

Gabriela afirma compreender o impacto de sua imagem como figura pública. Ela reconhece que seu lugar de fala a coloca em posição de ensinar e esclarecer, mas lembra que há perguntas que extrapolam o respeito básico. Questões sobre seu nome de registro ou detalhes íntimos, comenta a atriz, não interferem na vida de ninguém e reforçam um tipo de abordagem que segue sendo um desafio enfrentado por pessoas trans.

A artista havia registrado toda a sua experiência na Tailândia, onde realizou a cirurgia de redesignação sexual no ano passado, mas ainda ponderava se tornaria pública ou não essa parte de sua jornada. A dúvida persistiu até a divulgação, pelo Vaticano, de uma nota classificando procedimentos de redesignação como ato violento à dignidade humana. A declaração, publicada sob o pontificado do papa Francisco, foi determinante para que Gabriela mudasse a postura e decidisse compartilhar tudo abertamente. “Eu sabia que ia incomodar“, declarou Loran.

Gabriela resolveu expor seu processo de redesignação sexual após nota do Vaticano

Segundo Gabriela, a decisão de expor sua transição de gênero veio como resposta direta à desinformação. A nota emitida pelo Vaticano condenava intervenções de mudança de sexo e rejeitava o que chamou de teoria de gênero, alegando que tais práticas ameaçariam uma suposta dignidade concedida desde a concepção. Para Gabriela, justamente por saber que sua exposição ia incomodar, tornou-se ainda mais necessário informar, esclarecer e dar voz às experiências reais de pessoas trans diante de discursos que, na visão dela, reforçam estigmas.