O ator Marco Pigossi compartilhou detalhes de sua experiência ao ter que esconder sua sexualidade por anos, buscando manter a imagem de galã na televisão. Em sua participação no programa Desculpa Alguma Coisa, apresentado por Tati Bernardi, ele descreveu como essa necessidade de viver ‘no armário’ desencadeou crises de ansiedade severas e uma sensação permanente de receio.
Pigossi explicou que, na indústria, havia um entendimento não oficial de que um ator em papéis principais de novelas não poderia se assumir gay. A justificativa era a crença de que o público feminino não aceitaria ou não acreditaria na performance do mocinho se soubesse que ele não tinha interesse em mulheres.
Sigilo, ansiedade, isolamento
Esse sigilo teve um efeito considerável em sua saúde mental, levando-o a lidar com ansiedade grave. Ele citou um momento em 2010, quando um rumor envolvendo seu nome e o de outro ator da Globo começou a circular, fazendo-o sentir que sua vida profissional estava em risco. Além do impacto na carreira, o sigilo afetou sua esfera pessoal, resultando em um relacionamento amoroso longuíssimo e superescondido no Brasil com uma pessoa que não fazia parte do meio artístico.
“A gente ainda é muito amigo e um dia depois que a gente separou. Eu falei: cara, eu queria te pedir desculpa pela violência que eu te fiz passar. Ele não é do meio [artístico]. Era uma proteção. Ele estava me protegendo. A gente não via como uma violência. A gente só via como uma maneira de sobreviver”, declarou o ex-funcionário global.
Quando foi a decisão de Marco Pigossi?
O passo para assumir publicamente sua sexualidade se fortaleceu quando Pigossi conheceu o cineasta italiano Marco Calvani, que se tornaria seu marido. O momento em que o relacionamento se tornou público ocorreu quando Calvani, sem ter a dimensão do impacto das redes sociais no Brasil, compartilhou uma foto na praia de mãos dadas com o ator.
