O ator Othon Bastos, de 92 anos, falou sobre os obstáculos que artistas mais velhos enfrentam no Brasil em entrevista ao jornal O Globo. Segundo ele, muitos profissionais têm se voltado para projetos próprios para seguir atuando, já que as oportunidades diminuem com a idade.
O veterano ressaltou que, mesmo com as dificuldades, a iniciativa e o trabalho contínuo são a chave para continuar no meio artístico. Ele destacou a importância de criar oportunidades em vez de esperar que surjam naturalmente.
Após 87 anos, Othon retorna à sua cidade natal, Tucano, na Bahia, para apresentar o monólogo Não me entrego, não!, que será exibido na Praça da Matriz no dia 30, com apoio da Transpetro. A peça, dirigida e escrita por Flávio Marinho, já passou por mais de 20 cidades, contabilizando cerca de 200 apresentações e atingindo mais de 80 mil espectadores.
Ator não acha que idade seja empecilho
O espetáculo reforça o empenho do ator em permanecer ativo, mostrando que a idade não impede dedicação ao trabalho. Além da apresentação na Bahia, Bastos levará o monólogo ao Petit Trianon, sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro.
A programação integra o encerramento do ano acadêmico, e a turnê deve voltar ao Teatro Vannucci, no Rio, em 2026. O ator está muito empolgado com este seu trabalho que tem sido muito elogiado.
Redescobrindo raízes
Othon comentou nesta entrevista ao jornal O Globo que a visita a Tucano será marcada por descobertas e novas experiências. Ele afirmou que, após quase nove décadas, muitas coisas serão novidades e pretende explorar e revisitar locais ligados à sua infância na região da Caatinga.
Ao falar sobre a própria energia e disposição aos 92 anos, o ator destacou que manter-se ocupado é essencial. Ele afirmou que sempre viveu do trabalho e que continuará seguindo essa dedicação, incentivando outros artistas a criarem suas próprias oportunidades, em vez de esperar convites.