A Itália se despediu na sexta-feira (21) da cantora Ornella Vanoni, que morreu aos 91 anos em Milão. Considerada um dos maiores ícones da música italiana, ela teve um mal-estar em casa pouco antes das 23h no horário local (20h no horário de Brasília), segundo o jornal Corriere della Sera. Socorristas chegaram a ser acionados, mas não conseguiram reanimá-la, encerrando uma trajetória de quase sete décadas na arte.
Ornella completou 91 anos em setembro e mantinha presença frequente na TV, especialmente no programa “Che tempo che fa”. A artista era celebrada por sua personalidade livre, inteligência afiada e uma presença cênica que atravessou gerações. Críticos destacavam sua capacidade de se reinventar e manter relevância mesmo em fases marcadas por grandes transformações culturais.
Trajetória de Ornella Vanoni
A carreira de Ornella começou no ambiente do teatro, quando se tornou conhecida como “a garota da Mala”, no Piccolo Teatro de Milão. Sua relação com Giorgio Strehler marcou o início de um repertório que incluía obras como “Le canzoni della Mala”, consideradas revolucionárias na época. Em seguida, aproximou-se de nomes importantes da Escola Genovesa e construiu parcerias históricas.
Sua trajetória musical inclui interpretações que imortalizaram sucessos italianos e brasileiros. Entre os destaques estão colaborações com Vinicius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim e Chico Buarque, que resultaram em obras que aproximaram o público europeu da música brasileira. Ao longo da vida, também recebeu prêmios e reconhecimento por sua independência artística.
Artista seguia ativa aos 90 anos
Mesmo aos 90 anos, Ornella continuou ativa, lançando novos projetos e mantendo forte presença no cenário musical. A Itália agora presta homenagens à artista, lembrada por sua elegância refinada, vitalidade e a capacidade única de atravessar décadas sem perder o contato com o público. Seu legado permanece como uma das páginas mais importantes da música europeia.