Os telespectadores que estão acompanhando a novela Três Graças já viram que a dívida de Raul e sua dependência química continuam sendo peças-chave para o drama que envolve Joélly, a família dela e toda a Chacrinha.
Apesar de o folhetim deixar claro que o rapaz é viciado e que foi exatamente esse vício que levou a adolescente a vender o próprio filho para salvar sua vida, a obra segue deliberadamente sem revelar qual substância ele consome — e isso não é por acaso.
Classificação impede que se fale o nome da substância
A narrativa apresenta Raul como um jovem que afundou em dívidas com o tráfico ao ponto de dever R$ 60 mil, o que colocou sua namorada diante de uma decisão desesperadora. No entanto, a novela nunca especifica qual droga move sua dependência, um silêncio que, segundo quem participa da produção, é intencional.
A classificação indicativa de 12 anos restringe não apenas cenas explícitas, mas também menções diretas a determinadas substâncias. A trama insiste apenas em mostrar que o vício dele é suficientemente grave para levá-lo ao descontrole, mas não o associa a algo visualmente pesado como crack, o que manteria a história dentro das normas da faixa etária.
Paulo Mendes, intérprete do personagem, revelou em uma entrevista ao site Splash que a dúvida sobre o tipo de droga surgiu logo que recebeu os primeiros roteiros. O ator afirma que até hoje a informação permanece aberta e que isso influencia a construção do personagem, levando-o a trabalhar Raul como alguém que usa a substância para encontrar uma falsa sensação de calma, não como um dependente de algo devastador em termos físicos. Essa abordagem mantém o personagem no limite permitido pela novela, sem perder a dramaticidade exigida pela trama.
Comparação com seu último trabalho
A comparação entre Raul e Tomás, personagem anterior de Paulo em Mania de Você, também se tornou assunto frequente entre o público. Ambos são jovens de classe alta, envolvidos em relacionamentos com garotas de origem humilde e marcados por conflitos familiares.
O ator admite que percebeu essa semelhança desde o início e chegou à preparação preocupado com a possibilidade de repetir um mesmo perfil. Ele, porém, destaca que a forma como cada um encara a vida é completamente diferente: Tomás era movido pela esperança, enquanto Raul vive tomado pela descrença e pela autossabotagem, o que gera uma carga dramática muito mais pesada durante as gravações.
