A série Tremembé impulsionou um novo e intenso debate nas redes sociais, o que, por sua vez, ressuscitou dolorosos sentimentos na vereadora e mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira. Diante da renovada atenção dada à produção, ela voltou a expressar publicamente o desafio de encarar a revisitação de uma tragédia que a atingiu profundamente. Segundo seu relato em uma entrevista recente, o efeito de rever o episódio tantos anos mais tarde é significativo. “É doloroso perceber que, enquanto para muitos parece apenas uma série, para mim é o pior dia da minha vida sendo revivido”, declarou, ao conversar com a colunista Mônica Bergamo.
A vereadora enfatizou que a vítima deve ser o centro de qualquer narrativa sobre o caso, e não os criminosos. Sua principal apreensão reside na forma como o público assimila a história, muitas vezes ignorando a dor das famílias envolvidas. Ela sublinhou sua posição ao declarar: “A verdadeira história não é sobre quem cometeu o crime, mas sobre uma criança que teve sua vida brutalmente interrompida”. Para ela, essa lembrança é perpétua, e a exposição contínua do tema mantém um sofrimento que o tempo não consegue aliviar.
Debate sobre limites
Ao aprofundar o relato, Ana Carolina Oliveira afirmou que não pretende assistir à série como forma de autoproteção. Para ela, diferente dos momentos em que decide falar sobre Isabella ou sobre sua própria dor, a produção não representa sua voz. Assim, prefere não assistir para preservar sua saúde emocional e proteger algo que foi real e devastador.
No desabafo, ela também apresentou uma reflexão sobre o tratamento dado a crimes de grande repercussão. Segundo a vereadora, é preocupante quando criminosos acabam recebendo atenção excessiva. O ponto central defendido por ela é evitar que pessoas que cometeram crimes se tornem celebridades, fenômeno que, segundo sua avaliação, tem se tornado recorrente.
Responsabilidade e empatia
Ela reforçou a importância de regras mais rígidas, do cumprimento integral das penas e da valorização da vida. Para ela, algumas produções podem reabrir feridas e ferir novamente quem já sofreu demais, destacando a necessidade de responsabilidade e empatia ao abordar casos tão dolorosos.
