Os telespectadores que estão acompanhando Três Graças perceberão um detalhe curioso envolvendo Arminda (Grazi Massafera): apesar de viver cercada de riquezas e de guardar grandes quantias de dinheiro dentro de uma das suas estátuas, a vilã não conta com câmeras de segurança ou sistemas de vigilância em casa.
Mas segundo Fernanda Lopes, colunista do Notícias da TV, o que, à primeira vista, pode parecer um descuido de roteiro, na verdade, tem uma explicação bastante lógica dentro da própria trama.
Arminda tem muito para esconder em Três Graças
Arminda é retratada como uma mulher de poder e arrogância, que se julga acima de qualquer consequência. Na prática, porém, vive cercada por segredos perigosos. Em sua mansão, ela esconde dinheiro proveniente de esquemas ilícitos com Ferette (Murilo Benício), usando o imóvel para lavar quantias astronômicas obtidas com o tráfico de medicamentos falsificados. As estátuas que decoram a sala principal, especialmente a das Três Graças, servem como disfarce para esconder parte dessa fortuna.
Além do envolvimento com o crime financeiro, Arminda também protagoniza uma sequência de atos moralmente repulsivos: humilha as funcionárias que cuidam da mãe, Gerluce (Sophie Charlotte) e Claudia (Lorrana Moussinho), além de tratar Josefa (Arlete Salles) com desprezo. O desprezo pela própria família e o constante desprezo pelos mais frágeis refletem o perfil de uma vilã que usa o poder para dominar e o dinheiro para encobrir suas falhas.
A ausência de câmeras na casa, portanto, não é mero esquecimento da direção ou do roteiro — mas uma escolha coerente com o perfil da personagem. Um sistema de vigilância, embora aumentasse a segurança do local, também serviria como prova contra ela própria. Qualquer gravação feita dentro da mansão poderia expor conversas comprometedoras, transações ilegais e até atos violentos, facilitando uma investigação policial. Arminda, que acredita ter tudo sob controle, prefere correr o risco de ser roubada a deixar rastros de seus crimes.
Casa de Arminda será roubada em breve
Esse detalhe reforça a construção psicológica da personagem: uma mulher inteligente, calculista, mas movida pela soberba. Ela acredita que nunca será pega, e que pode manipular todos ao seu redor — da mãe idosa aos comparsas criminosos. O problema é que essa ausência de câmeras facilitará a vida de Gerluce, que em breve entrará na casa para roubar a estátua e o dinheiro que há nela.
