Mark David Chapman, 70, voltou a falar sobre o assassinato de John Lennon durante uma nova audiência de liberdade condicional realizada no fim de agosto, na Penitenciária Green Haven, em Nova York. Condenado à prisão perpétua, ele reafirmou que matou o ex-Beatle movido pelo desejo de fama e “necessidade de ser alguém”. O comitê de condicional, no entanto, negou novamente o pedido — o 14º desde que passou a ter direito ao benefício.
Durante a sessão, Chapman declarou que o crime foi “completamente egoísta” e causado pela admiração doentia pela popularidade de Lennon. “Isso foi por mim e somente por mim. Eu queria ser famoso”, disse, segundo transcrição divulgada pelo NY Post. O preso também pediu desculpas pelo sofrimento causado, mas os avaliadores não se convenceram da sinceridade do arrependimento.
Obcecado por fama e figuras públicas
Chapman contou que chegou a cogitar atacar outras celebridades, como Johnny Carson, Paul McCartney e Elizabeth Taylor. Criado em uma família presbiteriana na Geórgia, ele se dizia fã dos Beatles, mas afirmou ter se revoltado com o estilo de vida de Lennon e suas declarações polêmicas — entre elas, a frase sobre o grupo ser “mais popular que Jesus”. O crime foi cometido em 8 de dezembro de 1980, na porta do edifício Dakota, em Nova York.
Julgamento e condenação
Preso no mesmo dia do assassinato, Chapman foi acusado de homicídio em segundo grau e sentenciado à prisão perpétua, com possibilidade de condicional após 20 anos. A defesa chegou a cogitar alegar insanidade, alegando que ele estava em surto psicótico, mas o próprio réu confessou ter planejado o crime e usado munição de ponta oca “para garantir a morte de Lennon”.
Atualmente, Chapman segue na prisão de segurança máxima Green Haven, onde cumpre pena há mais de quatro décadas. Os pedidos de liberdade condicional continuam sendo avaliados em intervalos regulares, e o detento afirma continuar estudando a Bíblia e buscando perdão. Mesmo assim, o comitê considerou que sua libertação representaria risco público, mantendo a decisão de mantê-lo preso.
