Família de Gilberto Gil processa padre que debochou de morte de Preta Gil; fala polêmica é resgatada

Religioso causou repúdio nos familiares da cantora, vítima fatal de um câncer no intestino.

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Gilberto Gil e familiares ingressaram com uma ação contra o padre Danilo César, responsável por comandar a Paróquia São José, em Campina Grande, na Paraíba. O religioso é acusado de supostamente ter cometido racismo religioso e intolerância contra a cantora Preta Gil e o cantor de MPB. O processo aberto na Justiça do Rio de Janeiro pede uma indenização de R$ 370 mil por danos morais. As informações foram reveladas pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. 

Gil e os familiares apontam que, dias após a morte da artista, no mês de julho, o religioso alocado na diocese paraibana teria cometido comentários preconceituosos em sua homilia, feita em uma missa, que era transmitida ao vivo. O material foi removido do ar logo após que a denúncia foi registrada. 

Além do pai da cantora, o processo conta com outros autores, como a esposa de Gil, Flora, os seis irmãos de Preta, e o filho da artista, Francisco Gil. No entendimento deles, as falas do religioso extrapolaram o limite de liberdade de expressão e atingiram diretamente a memória da cantora.

O que foi dito?

No último dia 20 de julho, ainda em meio à forte repercussão da morte de Preta Gil, o padre Danilo César zombou da religião de matriz africana, praticada pela cantora e familiares. Depois de anos lutando contra um câncer no intestino, a cantora migrou o tratamento para os Estados Unidos, na busca pela cura, após não encontrar mais alternativas em solo nacional. O quadro, no entanto, não evoluiu, e ela acabou falecendo meses depois, no país norte-americano. Um pouco antes de morrer, ela havia pedido para retornar ao Brasil para se despedir da família em vida.

“Deus sabe o que faz. Se for para morrer, vai morrer […] Qual o nome do pai de Preta Gil? Gilberto. [Ele] fez uma oração aos orixás. Cadê esses orixás, que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, questionou o religioso durante a celebração.  

Pedido negado

Segundo familiares de Preta Gil, logo após as declarações foi enviada uma notificação extrajudicial para a Diocese de Campina Grande, exigindo que o padre fosse punido e que fosse feita uma retratação pública sobre o caso. A petição, no entanto, teria sido ignorada pelas autoridades religiosas.