A atriz Ingrid Guimarães relatou, em entrevista ao podcast Pé no Sofá, que afastou uma equipe de filmagem após presenciar um episódio de misoginia durante as gravações.
Segundo ela, o machismo ainda é frequente nos bastidores do cinema brasileiro. “A minha vida é enfrentar macho no cinema brasileiro. É um meio muito machista”, afirmou.
Machismo no audiovisual e resistência à comédia
Ingrid explicou que o episódio mais recente aconteceu mesmo com mulheres no comando da produção. Sem citar o nome do projeto, contou que percebeu a postura misógina de integrantes da equipe técnica. A atriz afirmou que passou a priorizar filmes com direção feminina: “Meus últimos quatro filmes foram dirigidos por mulheres. Tenho preferido trabalhar assim.” Ela também destacou o preconceito contra o gênero da comédia, que, segundo ela, é frequentemente subestimado. “Tem gente que está ali só porque precisa trabalhar, e isso me chateia profundamente.”
A artista comentou ainda a resistência diante da presença feminina em cargos de liderança. “Hoje sou produtora e coprodutora dos meus filmes, e existe um incômodo quando a mulher está no comando”, disse. Para Ingrid, a misoginia está enraizada no setor: “Todas as mulheres com quem trabalhei já sofreram algum tipo de misoginia. Todas, sem exceção.”
Reação firme e mudanças nos bastidores
Como resposta ao caso mais recente, Ingrid tomou uma atitude direta: “A gente demitiu todo mundo. Porque se você deixa passar, a pessoa repete.” Ela afirmou que não revelará o nome da produção, mas reforçou a importância de criar ambientes de trabalho mais respeitosos e equilibrados.
A atriz finalizou dizendo que busca montar equipes majoritariamente femininas, com mulheres em cargos-chave, como direção e assistência. Para ela, essas decisões ajudam a transformar o mercado audiovisual e a abrir espaço para novas vozes. “É um processo lento, mas necessário”, concluiu.
