Os telespectadores que estão acompanhando a novela Vale Tudo testemunharão nos próximos capítulos um dos momentos mais aguardados da trama: o início dos depoimentos oficiais sobre o assassinato de Odete Roitman (Débora Bloch). O capítulo desta quinta-feira (9) marcará uma virada decisiva na investigação conduzida pelo delegado Mauro (Cláudio Jaborandy), reunindo os cinco principais suspeitos em uma sequência que promete grande carga dramática e visualmente impactante.
Com a tensão já elevada desde a morte da poderosa empresária, o capítulo 166 da novela das nove colocará frente a frente César (Cauã Reymond), Celina (Malu Galli), Heleninha (Paolla Oliveira), Marco Aurélio (Alexandre Nero) e Maria de Fátima (Bella Campos). Cada um deles será interrogado individualmente, mas as cenas terão uma estética diferenciada: os depoimentos serão gravados em plano direto com os personagens encarando a câmera, como se o telespectador assumisse o papel do investigador. Esse recurso criará uma imersão intensa e reforçará o clima de mistério e dúvida que domina a reta final do folhetim.
Um episódio de confissões e contradições
Durante o episódio, o público acompanhará versões contraditórias e fragmentadas dos eventos da noite do crime. Cada depoente apresentará sua narrativa sobre o que viu ou fez no Copacabana Palace, mas nenhum deles oferecerá uma explicação completa. As falas deixarão brechas, incoerências e olhares enigmáticos que aumentarão ainda mais a confusão.
César, o viúvo herdeiro de metade da TCA, tentará parecer calmo e racional, enquanto Maria de Fátima reagirá com arrogância e desdém. Já Celina se mostrará visivelmente abalada, e Heleninha, tomada pela culpa e fragilidade emocional, será a mais tensa entre os depoentes. Marco Aurélio, por sua vez, usará o discurso frio de um executivo acostumado a controlar situações, mas sua segurança excessiva também despertará desconfiança.
O truque de bastidores da Globo
De acordo com informações apuradas por Vitor Peccoli, colunista do RDN, a Globo utilizou teleprompter e ponto eletrônico durante as gravações dessas cenas — uma escolha rara em produções dramatúrgicas. Os recursos, mais comuns em telejornais, serviram para agilizar o ritmo das gravações e garantir a precisão das falas, já que os monólogos são longos e densos. Fontes ligadas à produção afirmam que o uso desses dispositivos ajudou a manter a naturalidade dos atores, permitindo que cada um interpretasse seu depoimento como uma confissão direta ao público, sem interrupções ou necessidade de repetição.
O método não é inédito na emissora: Regina Duarte, que viveu Raquel na versão original de 1988, já usava ponto eletrônico nas gravações. Desta vez, no entanto, o recurso foi adotado como parte da estratégia de direção para intensificar o realismo e economizar tempo na reta final, já que a produção trabalha sob forte esquema de sigilo e cronograma apertado.
