A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro demonstrou indignação nas redes sociais após a Polícia Federal revistar seu Fusca, na terça-feira (9). A ação fazia parte das medidas para garantir o cumprimento da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Michelle ironizou a situação, questionando a possibilidade de o ex-presidente, com 1,85m de altura, estar escondido no compartimento dianteiro do carro, destinado ao estepe. Em publicação no Instagram, compartilhou fotos do veículo aberto e usou um emoji de vômito, sugerindo ainda que em breve poderiam exigir a revista até do porta-luvas.
As inspeções foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que ordenou à Polícia Penal do Distrito Federal a vistoria de todos os veículos que saem da residência do ex-presidente. A medida, segundo a decisão, tem como objetivo ampliar o monitoramento e assegurar o cumprimento das restrições impostas pela Justiça. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em uma casa no Jardim Botânico, em Brasília, onde vive com Michelle, a filha do casal e uma enteada.
Reforço de segurança e monitoramento
A revista no carro ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro no Supremo. As autoridades alegam que a intensificação da fiscalização busca evitar riscos de descumprimento da prisão domiciliar. As revistas incluem habitáculos e porta-malas, para descartar qualquer tentativa de transporte irregular ou fuga do ex-presidente.
Críticas públicas e alegações de humilhação
Michelle também se manifestou em um ato público na Avenida Paulista, no último domingo (7), dizendo sentir-se humilhada pelas revistas constantes em sua casa e veículo. Ela argumentou que as buscas não fariam sentido diante da idade avançada do marido, de 70 anos, e das sequelas da facada sofrida em 2018. A defesa do ex-presidente reforçou a versão de que Bolsonaro tem acompanhado as sessões do STF de casa por problemas de saúde.
A Polícia Federal, por outro lado, justifica o rigor das ações com base em suspeitas de possível tentativa de fuga. Durante investigações, foi encontrado no celular de Bolsonaro um documento solicitando refúgio ao presidente da Argentina, Javier Milei, embora não haja confirmação de envio. Além das revistas, a PF mantém vigilância no entorno da residência para garantir o cumprimento da decisão judicial.
