O narrador esportivo Galvão Bueno, após 43 anos na TV Globo, revelou em entrevista ao Olho no Olho, da Folha de S. Paulo, os bastidores de sua saída da emissora. Ele contou que uma atitude considerada um “desaforo” por parte dos executivos foi determinante para sua decisão.
A ideia inicial era encerrar sua trajetória na Globo após a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Porém, na véspera de sua despedida, Galvão foi procurado pelo diretor Amauri Soares e assinou um novo contrato de dois anos, com cláusula que o impedia de narrar jogos em TV aberta. “Eu estava proibido apenas de fazer transmissão de TV aberta”, explicou o narrador.
Decepção com a Globo
Ao fim desse contrato, uma reunião reacendeu seu descontentamento. Os executivos perguntaram se ele gostaria de apresentar algum projeto para seguir na emissora, algo que Galvão considerou ofensivo diante de sua longa história de sucesso. “Achei um pouco de desaforo. Eu ter que apresentar um projeto depois de 43 anos na casa”, desabafou. Sua resposta foi direta: “Sim, tenho um projeto: ir embora”.
Novos caminhos e declarações polêmicas
Em relação ao futuro, Galvão disse que não pretende se dedicar apenas ao YouTube, apesar de manter um canal ativo. “Não quero ser youtuber, quero fazer televisão no YouTube”, afirmou. Ele revelou também ter recebido um convite de Johnny Saad, dono da Band, para atuar na emissora pelo tempo que quiser.
Durante a entrevista, o narrador ainda abordou polêmicas, como sua crítica ao uso da camisa vermelha pela seleção brasileira, que considerou um desrespeito à tradicional camisa azul. Relembrou ainda uma mágoa com Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da CBF, por descumprimento de um compromisso comercial, e afirmou ter sido responsável por indicar Carlo Ancelotti para comandar a seleção.
