William Bonner e Renata Vasconcellos apresentam o Jornal Nacional. O telejornal costuma levar ao ar notícias importantes do cenário nacional e internacional. Além de política e economia, o JN também destaca o falecimento de personalidades importantes do Brasil.
Foi o que aconteceu em uma edição desta semana. “Morreu no Rio de Janeiro, aos 84 anos, a locutora Íris Lettieri, umas das vozes mais conhecidas do Brasil, pelos trabalhos na televisão e também no Aeroporto Internacional do Rio”, informou Bonner.
Íris Lettieri
Reconhecida pelo tom aveludado, tornou-se símbolo de calma em meio ao ambiente agitado de embarques e desembarques, tanto no Galeão, no Rio, quanto em Guarulhos, em São Paulo. Com carreira iniciada no rádio no final dos anos 1950, Íris se destacou também no jornalismo televisivo.
Ela apresentou a edição da tarde do Tele Globo, primeiro telejornal da Rede Globo, e trabalhou ainda em programas da TV Tupi e da Manchete. Mas foi sua voz suave nos aeroportos que a eternizou, justamente por transmitir tranquilidade a passageiros ansiosos ou com medo de voar.
Locutora do Aeroporto
Em entrevista concedida em vida, Íris explicou por que foi escolhida para as gravações que se tornaram padrão nos aeroportos: “Voo 752 para Paris, Roma… Aí disseram ‘essa aí, essa aí, é essa que a gente quer’. Aí eu gravei, porque teria que ficar uma coisa padronizada para o resto da vida, e perguntei por que eles queriam tão suave. Eles falaram: não, Íris, é porque existem pessoas que têm medo de voar. E esse timbre que você colocou acalma, é relaxante”.
A locutora chegou a gravar em francês, italiano, espanhol e inglês, mesmo sem dominar esses idiomas. Íris Lettieri morreu dois dias após completar 84 anos, vítima de um infarto fulminante em casa, na Zona Sul do Rio. Ela havia recebido alta hospitalar na véspera, após internação por complicações da diabetes.