Longe da televisão desde 2023, Fausto Silva construiu uma carreira marcada por irreverência e espontaneidade. Desde os tempos do programa Perdidos na Noite, exibido na Gazeta, Record e Bandeirantes nos anos 1980, o apresentador chamava atenção por brincar com sua equipe ao vivo e, em alguns momentos, dar broncas sem rodeios.
Ao estrear o Domingão do Faustão, na Globo, em março de 1989, manteve esse estilo. Ficaram célebres suas interações com Lucimara Parisi, apelidada de “produtora da santa ceia”, e com o câmera Renato Laranjeira, famoso por aparecer fantasiado a cada domingo.
Processo milionário contra Faustão
Entre tantos episódios, um caso do início dos anos 1990 se destacou: o do câmera Ivalino Raimundo da Silva, conhecido como Gaúcho. De perfil discreto e sério, ele já havia trabalhado na TV Rio e na Tupi antes de ingressar na Globo. No Domingão, tornou-se alvo frequente das piadas de Faustão, mas seguia seu trabalho sem revidar.
Em 1995, Gaúcho decidiu acionar a Justiça contra a Globo e Fausto Silva, alegando danos morais e materiais. O profissional pediu indenização de R$ 1 milhão – um dos maiores processos contra o apresentador – e declarou que não havia reclamado antes por medo de represálias. A emissora, por sua vez, argumentou que não houve violação de direitos e que ele teria autorizado o uso de sua imagem.
O caso se estendeu por anos, até que, em 2003, o Supremo Tribunal Federal manteve a condenação contra a emissora e o apresentador. Após o episódio, Gaúcho se afastou da televisão e voltou ao anonimato.
Falecimento do ex-câmera que processou Fausto Silva
Em 2020, o ex-câmera voltou a ser notícia com seu falecimento aos 81 anos. Ele lutava contra o Parkinson havia mais de duas décadas e, pouco antes do Natal, foi internado no Hospital Geral do Ingá, em Niterói (RJ), com problemas pulmonares e Covid-19.
