No Rio de Janeiro, o velório do cantor Arlindo Cruz, que faleceu aos 66 anos, foi realizado no sábado, dia 9 de agosto. A cerimônia, aberta ao público, aconteceu na quadra da escola de samba Império Serrano.
Fãs, amigos e familiares se despediram do sambista em um ambiente de profunda tristeza. Muitos dos presentes, contrariando a tradição de usar roupas pretas em velórios, optaram por vestir branco em sua homenagem.
A escolha de roupas brancas no velório de Arlindo Cruz foi uma homenagem à sua crença no candomblé e aos orixás. A cor branca, para os presentes, representava “a luz e a alegria que ele espalhou durante toda a sua vida”.
O que significa o velório em formato de gurufim?
O sambista Arlindo Cruz foi velado em um gurufim, uma celebração que mistura rituais de luto com alegria e vida. A cerimônia contou com a dança, música e a batida da bateria da escola de samba.
Esse rito, trazido da África para o Brasil no período da escravidão, é uma forma de encarar a morte sem ser sufocado pela tristeza. Conforme o historiador Luiz Antônio Simas, o gurufim é um momento em que a celebração do samba se une às homenagens e às lembranças. Simas ainda descreve o rito como uma estratégia simbólica para ‘enganar a morte’.
O historiador também mencionou que a palavra gurufim pode ter relação com golfinho, uma figura mitológica que, segundo o pesquisador Luís da Câmara Cascudo, serve de guia para as almas na passagem para a vida após a morte.
O que aconteceu com Arlindo Cruz?
Após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico em março de 2017, Arlindo Cruz precisou ser hospitalizado por quase um ano e meio. Desde o ocorrido, o sambista convivia com as consequências da doença.
