Morreu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Arlindo Cruz, aos 66 anos. Ele estava internado no hospital Barra D’Or, na Zona Oeste, e não resistiu às complicações de saúde provocadas por um AVC hemorrágico sofrido há sete anos. Desde então, o sambista não tinha mais autonomia e dependia de auxílio contínuo.
A notícia da morte foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz, que o acompanhou de perto desde o início da luta pela recuperação. Arlindo Cruz é reconhecido como um dos maiores nomes da história do samba. Nascido e criado na zona norte do Rio, o artista começou a se destacar ainda na adolescência, com talento precoce para o cavaquinho e o violão. Sua musicalidade chamou a atenção de nomes como Candeia e Beth Carvalho, com quem dividiu rodas de samba e palcos por décadas.
Trajetória na música
Sua passagem pelo grupo Fundo de Quintal foi um divisor de águas. Lá, Arlindo mostrou não só sua habilidade como instrumentista, mas também seu talento como letrista e cantor. Após deixar o grupo nos anos 1990, seguiu carreira solo e acumulou prêmios, gravações e parcerias que ajudaram a popularizar o samba para além das fronteiras do Rio de Janeiro.
Ao longo da vida, Arlindo escreveu mais de 550 músicas, muitas delas imortalizadas por grandes vozes do samba. Também teve forte ligação com o carnaval, em especial com o Império Serrano, onde venceu diversas eliminatórias de samba-enredo e foi homenageado em 2023 como tema da escola. Mesmo afastado dos palcos, sua influência permaneceu viva nas novas gerações.
Abandonado por amigos?
Há algumas semanas, Flora Cruz, filha de Arlindo, falou sobre a situação da família em meio à luta do pai pela vida. A ex-participante de A Fazenda deu a entender que Arlindo e toda a família foram abandonados por amigos. “Fomos muito abandonados, muito! Amizade para mim é minha família. Estamos juntos para tudo, e o resto é colega, parceiro. Amigo é família”, disse.