Brincando com Fogo se mostra bem melhor que Soltos em Floripa

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Cada vez mais as plataformas de streaming estão se reinventando e tentando abocanhar mais um pedaço do território das televisões abertas. O que começou com filmes, séries e animações já avançou para o terreno dos reality shows e Netflix e Amazon Prime apresentaram suas primeiras tentativas: Brincando com Fogo, da Netflix, e Soltos em Floripa, da Amazon.

Em Soltos em Floripa, um grupo de jovens bonitos é chamado para uma mansão em Florianópolis, e diferente da maioria dos Reality Shows, não estão confinados, e podem inclusive trazer convidados, inclusive amigos de outras cidades. Como inovação, a Amazon trouxe junto a cada episódio um episódio à parte, chamado de Resenha, na qual um grupo de subcelebridades lacradoras faz comentários sobre os acontecimentos e tenta animar o público. Ninguém aguenta um Galvão Bueno comentando, mas por alguma razão acharam que seria legal ouvir o que Pablo Vittar fala dos outros. Pior que isso só se fosse a Luana Piovani.

Em Brincando com Fogo, solteiros escolhidos a dedos pela Europa, América do Norte e Oceania foram trazidos para uma mansão paradisíaca e proibidos de fazer sexo. De um prêmio total disponível, cada infração a contatos físicos tirava dinheiro da conta. Tudo controlado por uma inteligência artificial chamada Lana, com uma narração rápida e inteligente de fundo. E claramente deixar pessoas lindas e promíscuas em um ambiente que incentiva a pegação deixou tudo mais divertido.

Curiosamente, ambos programas se baseiam em pessoas bonitas se pegando. E dai a produção faz toda a diferença. A Netflix teve o cuidado de blindar o programa com uma confidencialidade que durou um ano, escondendo casais e rompimentos tidos após o show, um belo trabalho jurídico, que teve no decorrer dos episódios um bom gosto na produção, mesmo envolvendo sexo, apresentando ao final um resultado divertido e interessante. Já Soltos e Floripa não teve nenhum cuidado com a produção e de forma impressionante dá a impressão que os brasileiros são apenas devassos e bêbados encrenqueiros. Até aí, tudo bem, mas é simplesmente insuportável de assistir, seja ao principal, seja aos comentários. Em um episódio a segurança precisa retirar convidados da casa porque um participante queria bater em todos, parecendo cena de favela ou de playboy mimado. O que mais chama atenção no programa são cenas de sexo absurdamente explícitas que fazem o Sexy Hot corar. Pior: ao trazer terceiros alcoolizados para a casa, as cenas de sexo em grupo acabaram em processo.

Todos gostam de ver pessoas bonitas, e o sexo vende. Regra mais antiga do mundo, mas assistir aos dois programa acaba sendo quase uma lição de marketing e de produção que deixa claro que não adianta querer vender algo fácil, que é fundamental saber trabalhar e produzir um conteúdo minimamente aceitável.