Sandra Gadelha, mãe da cantora Preta Gil, enfrenta, novamente, o peso de um luto profundo. A artista, filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, faleceu aos 50 anos no último domingo, após longa batalha contra o câncer colorretal metastático. A perda marca a segunda tragédia familiar enfrentada por Sandra, que já havia perdido o primeiro filho, Pedro, em 1990, vítima de acidente de carro no Rio de Janeiro.
Pedro, o primogênito de Sandra e Gil, acabou falecendo aos 19 anos, no mesmo dia em que se preparava para se apresentar com a banda do pai. A família, então unida, viveu o exílio em Londres durante a infância dos filhos, após o casamento de Sandra e Gil ter acontecido em 1969 e se encerrado em 1980. A relação entre Sandra e Gilberto Gil permaneceu amistosa mesmo após a separação.
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Além de Pedro e Preta, Sandra e Gil tiveram mais um filho, Maria, nascida em 1975, que permanece viva. Sandra sempre manteve uma relação próxima com Preta, a quem carinhosamente chamava de “Rainha” nas redes sociais, demonstrando afeto e gratidão em postagens públicas.
A identificação de Sandra como “Drão” inspirou Gilberto Gil na composição da música que leva este nome. A entrega emocional que Sandra transmitia ao legado cultural da família Gil foi pontuada por elogios de Preta, que frequentemente celebrava a mãe em ocasiões como Dia das Mães e aniversários.
Preta Gil deixa legado de luta e resiliência em meio às dificuldades
Desde a sua estreia musical em 2003 com o álbum Prêt-à-Porter, a cantora Preta Gil construiu uma sólida trajetória artística no Brasil, destacando-se por projetos que mesclam samba, axé e pop. Além da carreira musical, Preta atuou como apresentadora de televisão, atriz, empresária e ativista social, com forte engajamento em temas como diversidade, representatividade negra e empoderamento feminino. Também ficou muito conhecida por fundar o Bloco da Preta, um dos mais populares do Carnaval carioca, reunindo milhares de foliões a cada edição.
O diagnóstico de câncer colorretal foi anunciado por ela em janeiro de 2023, após apresentar sintomas como sangue nas fezes e alterações intestinais. O tipo de tumor identificado foi adenocarcinoma intestinal, que exigiu tratamento no Brasil com quimioterapia, radioterapia e larga cirurgia. Preta chegou a alcançar remissão da doença em dezembro de 2023, mas em agosto de 2024 o câncer recidivou e passou a apresentar metástases nos linfonodos, peritônio e ureter. Em meados de 2025, foi submetida a protocolo experimental nos Estados Unidos após tratamento convencional no Brasil se esgotar.
