O impacto que a personagem Heleninha vem causando dentro e fora da trama já era esperado, pelo menos para de Paolla Oliveira.
Em conversa com a imprensa durante uma visita aos Estúdios Globo, a atriz comentou sobre as críticas e elogios que recebeu ao interpretar uma das figuras mais complexas do remake — papel que foi de Renata Sorrah na versão original de 1988 — e refletiu sobre as novas camadas dadas à personagem.
Paolla lamenta cena cortada
Segundo Taty Bruzzi, colunista do Na Telinha, entre as críticas mais recorrentes do público está a relação fria e de abandono de Heleninha com o filho Tiago, que inclusive chega a experimentar álcool para tentar se aproximar da mãe. Paolla revelou que uma das cenas que mais gostou de gravar, em que a doutora Ana (Areta Corrêa) confronta a personagem sobre o filho, acabou cortada. Para ela, essa sequência ajudava a mostrar como Heleninha repetia o comportamento da própria mãe, Odete, ao negligenciar o filho.
A nova versão deixou ainda mais evidentes os traços de transtorno borderline da personagem, um quadro de instabilidade emocional, medo de abandono e comportamento autodestrutivo, que se somam ao alcoolismo. Segundo Paolla, a opção da autora Manuela Dias foi eliminar o humor sutil que existia na personagem dos anos 80 para enfatizar a dor e a toxicidade de suas relações. “Não é uma personagem para ser simpática, nem agradável. Ela é para mexer com a gente, deixar desconfortável em todos os níveis. Optei por fazê-la assim. Não é para achar graça, nem bonitinho”, destacou a atriz, ressaltando que não se incomoda com as críticas do público, que a considera “chata”.
Apesar das críticas, Paolla reforçou o quanto é importante mostrar que Heleninha é também um retrato de uma mulher insegura, dependente, mas inteligente e fogosa. Para ela, a dualidade da personagem a torna fascinante e necessária: alguém que provoca desconforto porque carrega fragilidades que muita gente prefere ignorar em si.
Heleninha procura ajuda após perder Ivan
Os próximos capítulos marcarão a derrocada e a tentativa de redenção da personagem, que irá buscar ajuda no Alcoólicos Anônimos após ser deixada por Ivan (Renato Góes), que reata com Raquel (Taís Araujo). A desilusão aumentará quando ela descobrir que Celina (Malu Galli), a tia em quem mais confia, é sócia de Raquel, sua rival, na Paladar.
Outro baque na trajetória de Heleninha será a revelação de que seu irmão Leonardo, que ela acreditava ter matado ao dirigir bêbada anos atrás, está vivo e foi escondido por Odete. Para Paolla, essa é uma das tramas mais cruéis do remake e um dos momentos mais tensos da história, destacando o impacto de viver com a culpa de uma tragédia que nunca aconteceu.
Apesar de toda a tensão, a atriz descarta a possibilidade de Heleninha ser a responsável pelo assassinato de Odete. Para ela, o desfecho deve vir de alguém de fora, alguém que esteja à espreita, observando e aguardando a hora certa. A nova fase da personagem, segundo Paolla, mostrará muitas quedas, mas também um caminho para emergir, ainda que com muito sofrimento, reforçando a força dramática de uma das figuras mais marcantes da novela.
