O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizou momento polêmico na noite de terça-feira (15/7), durante entrevista ao vivo no programa CNN Arena, transmitido pela CNN Brasil. Questionado sobre as alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) que o apontam como parte do “núcleo crucial” de uma suposta tentativa de golpe de Estado, o político elevou o tom de voz, soltou xingamentos e exigiu justificativas claras para as acusações.
Em meio ao debate, Bolsonaro interrompeu enérgico o âncora Leandro Magalhães, afirmando: “Agora, querem me prender por tentativa de golpe. Que golpe, p*rra? Que golpe é esse? Sem tropas, sem armas, sem Forças Armadas, sem nada”. A emissora tentou intervir, mas Bolsonaro seguiu criticando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e da PGR, afirmando com tom inflamado.
Bolsonaro se irrita ao vivo em entrevista na CNN
O tema central da entrevista na CNN foi o documento final da PGR, entregue à 1ª Turma do STF na segunda-feira (14/7). Nele, o procurador-geral Paulo Gonet acusa Bolsonaro de liderar uma “organização criminosa armada” e cometer crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e dano qualificado, que podem resultar em penas que somadas chegam a 43 anos de prisão.
O ex-presidente também citou casos de prisões relacionadas a atos de 8 de janeiro de 2023, dizendo que pessoas foram injustamente presas, incluindo uma idosa condenada a 17 anos de prisão. Bolsonaro disse que eram “coitados nas ruas” e citou uma mulher idosa que havia sido condenada aa passar 17 anos na cadeia.
Ex-presidente relembrou impedimento de se eleger novamente
Jair Bolsonaro também questionou a suposta falta de consciência de quem estaria promovendo as prisões de pessoas que estavam no começo de janeiro pós-posse de Lula (PT). Mesmo após os repetidos gritos, o âncora conseguiu retomar o controle da transmissão.
O jornalista pediu desculpas aos telespectadores e encerrou a participação do político. Durante a entrevista, Bolsonaro também afirmou que permanece inelegível até 2030, mas garantiu que não apoiará nenhum candidato à Presidência em 2026.