O médico Drauzio Varella, conhecido por sua trajetória na medicina e na televisão, relatou um episódio curioso que viveu em São Paulo durante uma corrida de táxi. E
m entrevista ao programa Conversa com Bial, ele contou que, durante o trajeto até sua casa, o motorista o reconheceu e fez um pedido inesperado: queria mostrar-lhe uma lesão íntima para saber o que era. Drauzio, aos 82 anos, explicou ter ficado constrangido e receoso de avaliar o caso em público, temendo constrangimentos ou ser visto em situação delicada.
Apesar do desconforto inicial, Drauzio acabou cedendo à curiosidade e à insistência do taxista. Antes de chegar em casa, o médico olhou a lesão e deu o diagnóstico: tratava-se de herpes, uma infecção sexualmente transmissível. O motorista, surpreso, ainda quis saber como poderia ter contraído a doença, ao que Drauzio respondeu, em tom bem-humorado, que essa era uma pergunta difícil de responder.
Abraço polêmico e ameaças
Além desse episódio, Drauzio relembrou um momento polêmico em sua vida, ocorrido em 2020, quando abraçou uma detenta durante uma reportagem para o Fantástico. A mulher, Suzy Oliveira, estava presa por estupro e homicídio de uma criança, fato que Drauzio desconhecia no momento do encontro. Ele confessou que, em décadas atuando em presídios, jamais havia abraçado um detento, e considerou o gesto um erro que acabou gerando grande repercussão e até ameaças à sua segurança.
O médico destacou ter sido movido pela compaixão, já que a detenta lhe pareceu frágil e solitária. No entanto, reconheceu o impacto negativo que o gesto provocou, com repercussões públicas e pessoais. Ele lamentou que um simples ato de humanidade tenha gerado reações tão violentas, mas reafirmou que não cabe a ele, como médico, julgar as pessoas pelo que fizeram.
Limites entre medicina e jornalismo
Drauzio fez questão de diferenciar suas funções profissionais. No Fantástico, disse estar atuando como jornalista, abordando realidades prisionais, enquanto como médico seu foco é cuidar, não julgar. Ressaltou que nunca pergunta pelos crimes cometidos pelos detentos, pois acredita que sua função é tratar a saúde, não estabelecer julgamentos. Ainda assim, reconheceu que o abraço teve consequências sérias, lembrando que a exposição pública traz riscos até para profissionais experientes como ele.
