Ex de Raul Seixas quebra o silêncio e revela tudo que fez para salvar o cantor do próprio declínio

Ex-mulher de Raul Seixas revela em livro as lutas do cantor contra vícios e seus esforços para ajudá-lo.

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Kika Seixas, ex-esposa de Raul Seixas, revelou em seu livro Coisas do Coração e em entrevistas como tentou ajudar o cantor em momentos difíceis marcados por vícios em álcool e drogas. Segundo ela, esses excessos transformaram Raul, afastando-o da família e criando uma personagem que ele passou a incorporar. “Ainda tenho vontade de chorar quando me lembro. A gente foi se afastando”, relatou Kika sobre o impacto dessa fase no relacionamento.

Durante anos, Kika procurou médicos e clínicas de reabilitação para ajudar Raul, mas ele resistia, preso à imagem pública de astro rebelde. Ela contou que, sob efeito do álcool, o cantor se tornava agressivo e distante. “Era como se surgisse outro Raul. O palco exigia isso dele. Quando vi que não tinha mais jeito, fui embora”, afirmou. Kika foi casada com Raul entre 1979 e 1984 e teve com ele a filha Vivian Seixas.

A guardiã do legado

Após a morte do cantor, em 1989, Kika assumiu o cuidado do acervo de Raul, confiado a ela pela mãe do artista, Maria Eugênia. Apesar de Raul ter parentes vivos, Kika foi escolhida por trabalhar no meio artístico. Ela mantém contato próximo com as ex-mulheres Simone e Scarlet para que todas participem das decisões sobre o acervo. “Temos uma relação bacana. Todas precisam saber o que acontece para preservar a imagem do Raul”, explicou.

Pai presente e memória viva

Kika também se preocupa com a forma como a filha Vivian vê o pai. Ela garante que sempre preservou a imagem de Raul como pai carinhoso, apesar de suas falhas. “Ele não era santo, mas não era maluco. Era ‘Maluco Beleza’. Sempre foi carinhoso com a filha, mesmo com a correria dos shows”, afirmou. Para ela, é importante manter viva essa memória positiva.

No livro, Kika relata não só dificuldades, mas também momentos marcantes da vida e carreira de Raul Seixas. A obra reúne documentos e fotos inéditas, buscando corrigir informações distorcidas sobre o cantor, que morreu aos 44 anos devido a complicações causadas pelo alcoolismo e outras doenças. Kika continua trabalhando para preservar o legado do “pai do rock brasileiro”, incluindo projetos como a exposição O Baú do Raul, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.