Famoso cantor morreu sem casa e com menos de R$ 600, revela série no Globoplay

Ele conquistou milhões de fãs, mas teria enfrentado a solidão no final de sua vida.

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A trajetória de Raul Seixas, um dos ícones mais irreverentes da música brasileira, ganhou um novo capítulo com o lançamento da série Raul Seixas: Eu Sou, no Globoplay. A produção relembra a vida e obra do artista, morto em 1989, aos 44 anos, vítima de uma pancreatite aguda.

O que mais chama atenção, no entanto, é o conteúdo do inventário de Raul, finalizado apenas em 1992. Sem bens imóveis registrados, o cantor possuía apenas 300 cruzados novos na poupança, o equivalente a R$ 551,88 hoje.

A exposição Memória em Julgamento: Histórias que Marcaram a Justiça e a Sociedade, montada no prédio do STF em Brasília, trouxe à tona o documento que revelou detalhes inéditos sobre o fim do artista. Ele morreu sozinho em um apartamento em São Paulo, cercado por lembranças e afastado da família.

Heranças e solidão

Em uma carta incluída no processo, Eugênia Seixas, mãe de Raul, refletiu sobre a dor silenciosa do filho. “Ele sofreu muito de solidão. Mesmo amando, não se entendia com ninguém”.

A dor de ter perdido vínculos familiares marcou os últimos dias do cantor, segundo relato da mãe. “No fim, lamentou ter perdido a família. Qual delas? Ele não dizia”, desabafou Eugênia no documento.

Filhas e direitos autorais

Os direitos autorais das músicas do artista foram divididos entre três filhas: Simone, Scarlet e Vivian. Elas são frutos de três dos cinco casamentos de Raul e herdeiras das reproduções e regravações das obras.

O valor arrecadado pelas herdeiras desde 1989 nunca foi oficialmente divulgado. Segundo o STF, os documentos do inventário ainda não foram digitalizados, mas estão disponíveis para quem visitar a exposição em Brasília.