Em Vale Tudo, o improvável casal Leila (Carolina Dieckmann) e Marco Aurélio (Alexandre Nero) continua conquistando o público e se tornando um verdadeiro fenômeno nas redes sociais.
Antes da estreia do remake, poucos imaginavam que um executivo corrupto e uma mulher considerada “bonita demais para trabalhar” se transformariam nos queridinhos da audiência. No entanto, mudanças significativas no perfil dos personagens e na condução da trama acabaram tornando o casal o mais “shippado” da novela.
Casal teve mudança significativa em Vale Tudo
Na primeira versão de 1988, Leila e Marco Aurélio também formaram um casal, mas com um apelo bem menor. O Marco Aurélio vivido por Reginaldo Faria era um vilão frio, motivado apenas pela ganância, sem espaço para sentimentos sinceros. Leila, interpretada por Cássia Kis, era uma personagem mais sisuda, e sua jornada de descoberta sexual não provocava o mesmo impacto emocional de agora. No remake, a abordagem mudou: Carolina Dieckmann trouxe mais leveza e humanidade à personagem, e o Marco Aurélio de Alexandre Nero ganhou contornos mais afetivos e um lado “família”, o que ajudou a conquistar o público.
Segundo Débora Lima, colunista do Notícias da TV, além da transformação dos personagens, outros fatores da narrativa contribuíram para o sucesso do casal. Histórias que, na versão original, eram muito queridas, como os romances de Solange (Alice Wegmann) com Afonso (Humberto Carrão), e de Ivan (Renato Góes) com Raquel (Taís Araujo), não conseguiram gerar o mesmo engajamento. O comportamento obsessivo de Afonso e a ingenuidade persistente de Raquel em relação à filha acabaram afastando parte da torcida por esses casais. Já o drama vivido por Leila, que passou por um relacionamento frustrante com Renato (João Vicente de Castro), ecoou a realidade de muitas mulheres, ampliando a empatia do público.
A humanização de Marco Aurélio foi outro elemento que fortaleceu o apelo do casal. Mesmo sendo um vilão envolvido em esquemas de corrupção, o personagem foi mostrado como alguém capaz de sentimentos genuínos por Leila e até por sua sobrinha Sarita (Luara Telles), o que criou uma imagem quase de “príncipe encantado” diante das frustrações amorosas da ex-secretária. A química entre os atores, aliada a um texto que valoriza os momentos de afeto entre os dois, fez com que o casal se destacasse positivamente em meio a tramas mais pesadas.
Leila não deve matar Odete
Nas redes sociais, o fenômeno é evidente. Montagens, vídeos e memes exaltando o casal viralizam constantemente. A autora Manuela Dias, ao indicar que pretende manter essas mudanças, também alimenta as esperanças de que Leila não será a assassina de Odete Roitman (Debora Bloch), abrindo caminho para um possível final feliz. Em contraste com a versão anterior, a Leila de Carolina Dieckmann vem sendo apontada por muitos fãs como a verdadeira protagonista moral da novela, ao lado do agora romântico Marco Aurélio. Se a tendência se mantiver, o casal pode mesmo ser o grande acerto do remake.
