Adriane Galisteu, ex-namorada de Ayrton Senna, luta para ter sua história reconhecida. Ela afirma que sua relação com o piloto, vivida entre 1993 e 1994, tem sido constantemente ignorada ou distorcida nas homenagens e relatos sobre a vida dele.
O namoro começou quando ela tinha 19 anos. Durante um ano e meio, o casal viveu momentos de viagens e intimidade, mas com pouca aproximação da família de Senna. Segundo Galisteu, os parentes tinham uma imagem rígida de Ayrton: um homem sério e focado, sempre atrelado ao mundo das corridas. Já com ela, o piloto mostrava um lado descontraído, ciumento e até briguento. Um episódio em Angra dos Reis marcou essa diferença: após uma discussão com os sobrinhos por um incidente doméstico, a irmã do piloto, Viviane Senna, criticou Galisteu, reforçando a tensão entre eles.
O trágico fim e a memória
A tragédia ocorreu no dia 1º de maio de 1994, quando Senna sofreu um acidente fatal no GP de Ímola, na Itália. Galisteu, que estava no Algarve, em Portugal, para se encontrar com ele após a prova, assistiu à colisão pela TV e ficou devastada. A reação de Galisteu ao ver Senna não sair do carro foi de pânico e desespero, uma cena que ela diz que nunca esqueceu.
A luta por reconhecimento
“A gente tem a obrigação de manter esse cara vivo. Todo mundo conhecia o piloto, o gênio, o dedicado, mas aqui a gente sabia como ele era fora das pistas. Senna era engraçado, simples. Ele era melhor ainda fora das pistas. Era também ciumento, ariano, briguento…”, disse Adriane Galisteu, no quinto episódio da série documental Barras invisíveis, divulgado pelo Extra.
Galisteu afirma sofrer com o “apagamento” de sua história desde a morte do piloto e diz estar decidida a manter viva a memória de Senna como ela o conheceu: uma pessoa cheia de facetas, além da lenda das pistas. Mesmo com as mágoas, ela demonstra abertura para um possível diálogo com a família, deixando claro que, se Viviane a procurasse, aceitaria conversar.
A homenagem e a contínua disputa
A série da Netflix sobre a vida de Senna gerou controvérsia por minimizar o relacionamento entre Galisteu e o piloto, dando mais destaque à relação de Senna com Xuxa. Isso levou Galisteu a considerar a possibilidade de contar sua própria versão da história, destacando o lado íntimo e desconhecido de Senna que ela vivenciou. Para Galisteu, a história de Senna é muito maior do que o seu relacionamento, mas o tempo que passaram juntos foi intensamente vivido e cheio de amor e diversão, e ela está determinada a preservar essa memória de uma forma autêntica.