Ex-BBB famoso é condenado a mais de uma década de prisão por crime cometido em 2021

Decisão da Justiça do Rio Grande do Sul envolve 16 vítimas e ex-sócio do ex-BBB

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O humorista e influenciador digital Dílson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por estelionato. A decisão, proferida pela Justiça do Rio Grande do Sul, também abrange seu ex-sócio, Anderson Bonetti. Os crimes, segundo a sentença, ocorreram entre março e julho de 2021 e afetaram 16 vítimas na cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A dupla operava por meio da loja virtual Tadizuera, que anunciava a venda de eletrônicos e eletrodomésticos, como televisores, smartphones e aparelhos de ar-condicionado, por preços abaixo dos praticados no mercado. De acordo com o processo, nenhum dos clientes que efetuaram compras recebeu os produtos adquiridos, nem obteve o reembolso dos valores pagos. O Tribunal de Justiça classificou a prática como um esquema planejado para enganar consumidores, muitos deles com poder aquisitivo limitado.

A juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, ressaltou o impacto social da fraude, apontando que o grupo visava pessoas de condição financeira não elevada. As vendas, conforme a sentença, serviam apenas como fachada, com o lucro proveniente da fraude e a loja virtual operando sem intenção de cumprir as ofertas.

Defesa contesta decisão e alega parcialidade

Em nota, a defesa de Nego Di contestou a sentença, afirmando que “Segue confiante de que as instâncias superiores irão reavaliar os fatos com isenção.” Os advogados também declararam que “Dilson nunca foi sócio de Anderson Bonetti, tampouco participou da gestão da plataforma”. A representante de Bonetti confirmou que irá recorrer da decisão. Apesar da condenação, o influenciador permanece em liberdade após obter um habeas corpus. Bonetti, no entanto, segue em prisão preventiva.

Histórico e repercussão

Natural de Porto Alegre, Nego Di ganhou notoriedade nacional ao participar do Big Brother Brasil 21, onde foi o terceiro eliminado. Desde então, manteve uma presença ativa nas redes sociais, onde também se envolveu em outras polêmicas. Além da recente condenação por estelionato, ele já enfrentou determinações judiciais para remover conteúdos em que propagava informações falsas sobre as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. A prisão de Nego Di, ao lado de Anderson Bonetti, ocorreu em julho de 2024, em uma operação da Polícia Civil que desmantelou o esquema. O caso continua a ter repercussão nacional.