Após morte de ex-integrante do grupo Raça Negra, polícia decide investigar o caso

O músico de 69 anos morreu há quase uma semana e a polícia registrou o caso como suspeito.

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A morte do músico Edson Bernardo de Lima, conhecido como Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, continua cercada de dúvidas quase uma semana após o falecimento. A Polícia de São Paulo trata o caso como “morte suspeita” e segue investigando os acontecimentos que levaram ao trágico desfecho.

Segundo nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), Café foi encontrado desacordado em via pública no dia 31 de maio e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu. O corpo foi posteriormente encaminhado ao IML Leste, onde passou por exames periciais antes de ser liberado para os familiares.

O boletim de ocorrência, ao qual o portal Metrópoles teve acesso, revela que Café foi socorrido inicialmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carrão. Após a avaliação médica, ele foi transferido ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde não resistiu e veio a óbito. A polícia investiga as circunstâncias que envolvem o estado em que ele foi encontrado desacordado na rua.

História marcada pela queda e pelo vício

Café teve um passado de sucesso na música brasileira como violonista do Raça Negra, grupo que marcou gerações com seus sucessos no samba romântico. Após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) que comprometeu o movimento dos braços, ele se afastou dos palcos e, com o tempo, mergulhou no vício em drogas.

Durante mais de uma década, viveu em situação de rua, principalmente no Rio de Janeiro, onde também tentava se reerguer entre internações em clínicas de reabilitação. Em uma entrevista em 2020, admitiu que a convivência nas ruas tornava quase impossível resistir às drogas, especialmente à maconha.

Tentativas de recomeço e a fatalidade

Após desentendimentos com os filhos, com quem chegou a morar no Rio, retornou às ruas, dessa vez em São Paulo. Mesmo diante das dificuldades, procurava alternativas para evitar o uso de drogas, trabalhando como guardador de carros em praças da capital paulista.

No fim da vida, contou com o apoio de uma fã que, sensibilizada com sua trajetória, tentou acolhê-lo e ajudá-lo a deixar as ruas. Apesar dos esforços, a situação de vulnerabilidade em que vivia terminou em tragédia, e agora a polícia busca esclarecer o que de fato aconteceu naquele 31 de maio.